ATA DA SEXAGÉSIMA OITAVA
SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA
LEGISLATURA, EM 16-07-2015.
Aos dezesseis dias do mês
de julho do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Airto
Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Cassio Trogildo, Fernanda
Melchionna, João Carlos Nedel, Lourdes Sprenger, Mauro Pinheiro, Mônia Leal,
Paulinho Motorista, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e Tarciso
Flecha Negra. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos
os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram Alberto Kopittke, Clàudio
Janta, Delegado Cleiton, Dinho do Grêmio, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Engº
Comassetto, Idenir Cecchim, Kevin Krieger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely,
Mario Manfro, Nereu D’Avila, Pablo Mendes Ribeiro, Prof. Alex Fraga, Séfora
Gomes Mota, Sofia Cavedon e Waldir Canal. Após, foi aprovado Requerimento verbal
formulado por Kevin Krieger, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão. A seguir, o
Presidente registrou o COMPARECIMENTO, neste Legislativo, de Fernando Ritter,
Secretário Municipal da Saúde, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que
discorreu sobre a gestão da Saúde no Município. Após, Fernanda Melchionna,
Tarciso Flecha Negra, Lourdes Sprenger, Carlos Casartelli e Sofia Cavedon
pronunciaram-se sobre o tema em debate. Em prosseguimento, o Presidente
concedeu a palavra, para considerações finais, a Fernando Ritter. Os trabalhos
foram suspensos das quinze horas e trinta e um minutos às quinze horas e trinta
e dois minutos. A
seguir, o Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Gilmar França,
representando a Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de
Saúde do Rio Grande do Sul – Feesergs –, que discorreu sobre o fechamento de
leitos, demissão de funcionários, suspensão dos serviços e atraso do pagamento dos
salários em consequência da falta de repasse do Governo Estadual. Em continuidade, nos termos do artigo 206
do Regimento, Rodrigo Maroni, Carlos Casartelli, Idenir Cecchim, Sofia Cavedon,
Fernanda Melchionna, Bernardino Vendruscolo e Lourdes Sprenger manifestaram-se
acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se Clàudio Janta e Bernardino Vendruscolo. Os trabalhos foram
suspensos das dezesseis horas e dezoito minutos às dezesseis horas e dezenove
minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Mônica Leal e Fernanda
Melchionna. Em TEMPO DE PRESIDENTE, pronunciou-se Mauro Pinheiro. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Rodrigo Maroni, Kevin Krieger, Idenir
Cecchim, Sofia Cavedon e Delegado Cleiton. Na ocasião, por
solicitação de Delegado Cleiton e Idenir Cecchim, foi realizado um minuto de
silêncio em homenagem póstuma a Valdecir Guerra Junqueira e Acimar Silva,
respectivamente. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se Lourdes Sprenger, em tempo cedido por Pablo Mendes
Ribeiro, e Bernardino Vendruscolo, este em tempo cedido por Waldir Canal. Em
seguida, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Presidente
concedeu TEMPO ESPECIAL a Mauro Pinheiro, que relatou sua participação, em
Representação Externa deste Legislativo, nos dias vinte e dois a vinte e cinco
do corrente, em viagem organizada pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e
Desenvolvimento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grando do Sul, para
conhecer o Projeto @22, em Barcelona, na Espanha. Durante a
Sessão, Kevin Krieger, Márcio Bins Ely, Fernanda Melchionna, Bernardino
Vendruscolo e Mônica Leal manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e quarenta nove
minutos, constatada a inexistência de quórum, o Presidente declarou encerrados
os
trabalhos, convocando os vereadores para a reunião ordinária da próxima
quarta-feira. Os trabalhos
foram presididos por Mauro Pinheiro, Delegado Cleiton e Sofia Cavedon e
secretariados por Fernanda Melchionna. Do que foi lavrada a presente Ata, que,
após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo
Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Kevin Krieger está com a palavra.
O SR. KEVIN KRIEGER (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem dos trabalhos, para que
possamos, imediatamente, dar a palavra ao Sr. Fernando Ritter, Secretário
Municipal da Saúde. Após retornamos à ordem normal.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Kevin
Krieger. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
O Sr. Fernando
Ritter, Secretário Municipal da Saúde, está com a palavra.
O SR. FERNANDO RITTER: Boa tarde a todos.
Inicialmente eu quero cumprimentar todos os Vereadores, o nosso querido
Presidente, demais Vereadores e público presente, colegas, usuários, gestores
do Sistema Único de Saúde. Recebi o convite para vir aqui apresentar um
pouquinho da nossa Secretaria, um pouco diferente da lógica, pois a gente
costuma vir aqui apresentar o relatório de gestão. O nosso objetivo não é
apresentar números de resultados do que a gente fez ou deixou de fazer, mas
apresentar um pouco o papel de Porto Alegre no Sistema Único de Saúde do Estado
do Rio Grande do Sul. Acho que algumas pessoas têm me ouvido falar sobre a
importância de Porto Alegre dentro da rede de saúde do Estado do Rio Grande do
Sul.
Neste momento que a
gente vem vivendo no Sistema Único de Saúde, seria importante trazer para esta
Casa algumas situações que podem estar prejudicando muito o Sistema Único de
Saúde e, especialmente, nos impedindo, enquanto Município de Porto Alegre, de
avançar em algumas coisas.
(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)
O SR. FERNANDO RITTER: Só para relembrar,
eu quero mostrar primeiro o fato de que nós temos hoje uma população de
1.416.000 pessoas no Município de Porto Alegre; somos a 12ª maior capital em
densidade demográfica. A maior parte das pessoas que aqui vivem é de mulheres,
53%; 46,4% são homens. Temos a questão de que a população vem envelhecendo.
Isso preocupa porque, se a gente olhar o próximo slide, mostramos como está a evolução da população, onde a
população está envelhecendo. A pirâmide mostra que, em 1980, a população era
basicamente jovem; hoje, quando estamos vivendo o período entre 2010 e 2020, a
população é de muitos adultos - adultos mais experientes e idosos. E a projeção
para 2030 é de termos muito mais adultos e idosos do que crianças. Isso faz com
que a gente se depare com uma situação de carga de doenças, que vocês podem ver
no gráfico: a cor marrom indica que temos doenças infectocontagiosas, que eram
mais comuns em Porto Alegre e em todo o Brasil; agora a gente passa – indicado,
no gráfico pelas cores amarelo e laranja – para problemas de aparelho circulatório
e causas externas, que têm aumentado. Isso tem gerado uma procura ao serviço de
saúde de outra magnitude, especialmente no tratamento de doenças crônicas, que têm um
manejo difícil, dependem muito de cuidado continuado, com idas frequentes aos
serviços de saúde, como agudizações desses problemas crônicos e,
consequentemente, sequelas, quando não tratadas.
Se a gente lembrar, Porto Alegre já tem um sistema
de saúde bastante forte, é referência não só para o Estado do Rio Grande do
Sul, como capital, mas, também, para o Brasil inteiro. Tanto que numa avaliação
do Ministério da Saúde, que identificou vários indicadores, mostrou que Porto
Alegre, numa escala de zero a 10, ficou com uma nota 6,5, sendo a quarta melhor
posição entre as capitais no ranking.
Perdemos para algumas capitais, mas do porte de Porto Alegre, a única que chega
muito parecida com Porto Alegre é Curitiba. Isso mostra que temos hoje um
desenvolvimento em saúde importante. E se nós olharmos a magnitude do tamanho
da nossa rede, nós temos, hoje, 206 Equipes da Saúde da Família, em 141 prédios
diferentes. Se compararmos com Municípios como, por exemplo, Curitiba, que tem
uma população um pouco maior que Porto Alegre, em número de prédios, nós somos
maiores. Nós temos uma Unidade de Saúde Indígena, 4 equipes de saúde prisional,
6 unidades de saúde em parceria com a FASE, para o atendimento dos
adolescentes, dois consultórios na rua, e 7 NAPS, todos credenciados junto ao
Ministério da Saúde. Além disso, nós temos uma UPA, 4 pronto-atendimentos, 23
hospitais no Município, 13 bases do SAMU, com 16 equipes. Esse é o tamanho da
saúde e dos pontos que temos na nossa rede.
Tudo isso seria ótimo se a gente não fosse
referência para todo o Estado do Rio Grande do Sul. Cabe a nós, sim, capital,
sermos referência, queremos continuar sendo referência para todo o Estado do
Rio Grande do Sul, então, têm pessoas que vem da região 10, que vem da região
12, que vem da região 19, que vem da região 18, para Porto Alegre. Tem coisas
especificamente para Porto Alegre, que é importante mantermos, porque só aqui
tem: são altas tecnologias que não valem à pena termos em outros pontos da
rede. Então, Porto Alegre não é só para os moradores do município, mas, sim,
para o todo o Estado do Rio Grande do Sul.
O que nós temos trazido em discussões é que, muitas
vezes, o papel de Porto Alegre se confunde com o papel do Estado do Rio Grande
do Sul, e, numa conversa que tivemos com todos os promotores do Ministério
Público, há aproximadamente 30 dias, a gente se deu conta de que muitos dos
promotores que, hoje, demandam questões judiciais à saúde, colocam Porto Alegre
como referência, por exemplo, para regular toda a saúde do Estado do Rio Grande
do Sul. A imensa maioria dos promotores achava que existia uma única regulação,
e o processo não é bem assim. Nós temos uma programação, uma distribuição de
responsabilidades em cargos e atribuições que são importantes aqui para Porto
Alegre, com ênfase na descentralização dos serviços. Muitos Governos tentaram
descentralizar isso, onde tem uma hierarquização. Por exemplo, uma pessoa lá de
Santa Rosa, para referência em cardiologia, deve procurar Ijuí ou Passo Fundo
para, depois, procurar Porto Alegre; uma pessoa que é de Jaguarão deve procurar
Pelotas para, depois, procurar Porto Alegre; uma pessoa de Livramento tem
Uruguaiana, Santa Maria ou Pelotas como referência para, depois, vir a Porto
Alegre. O que temos visto, hoje em dia, é que Porto Alegre virou um ponto de
entrada dessas pessoas sem uma regulação efetiva por parte do Estado do Rio
Grande do Sul. Isso já coloca, desde 1996, a obrigação do Estado do Rio Grande
do Sul de fazer uma programação pactuada integrada como instrumento de
programação, onde teria todo esse regramento, o que, de fato, nunca se efetivou
no Estado do Rio Grande do Sul. As pessoas acabam procurando serviços de saúde
de acordo com o que conseguem, e aí acontecem pontes aéreas de hospitais do
Interior fazendo contato com hospitais de Porto Alegre para internar pessoas –
marcam um horário na porta de urgência e emergência, e a pessoa acaba sendo
atendida. Claro, recebemos recursos para atender o interior, mas não estamos
recebendo os devidos recursos, e aí acabamos usando os que deveriam ser,
exclusivamente, do Município de Porto Alegre para atender essa população.
Se olharmos dentro desta programação, vemos que tem
ações que estão definidas, bem claras; um processo de regulação, que deveria
ser do Estado do Rio Grande do Sul, e Porto Alegre deveria ser o suporte para
isso. O que, de fato, acontece, é o acesso não equânime e não integral de todas
as pessoas. Seria possível, se tivesse uma regulação efetiva e uma programação
pactuada integrada, uma transparência dos pactos entre gestores, o que, hoje,
não acontece. Eu vou dar um exemplo: hoje, nós temos, dentro da programação,
cinco especialidades que têm documentação legal, têm resolução da Comissão
Intergestores Bipartite, definindo quem são as referências para essas
especialidades. Eu vou pegar, por exemplo, oncologia, em que nós somos referência para três regiões do Estado do Rio Grande
do Sul, especialmente na Região Metropolitana e Litoral e em todas as regiões
para situações específicas da oncologia. O que de fato acontece, como está ali
colocado, é que 61% dos gastos da oncologia, um dos mais caros, é gasto com o pessoal
do Interior e apenas 39% para Porto Alegre. Em neurologia, 56% do gasto em
consultas de internação de média e alta complexidade, são gastos como o pessoal
do Interior. Em cardiologia – cardiologia e oncologia são os maiores gastos –,
61% do gasto são para o pessoal do Interior, assim como em nefro e em outras
questões. Se olharmos desde 2008 a 2014, dentro dessas cinco especialidades,
todo o dinheiro gasto, R$ 1,6 bilhões, nesses sete anos, 35% foi para morador
de Porto Alegre e 61% para morador do Interior do Estado. Ou seja, gastamos
mais com o mais caro com o pessoal do Interior do que para Porto Alegre. Isso
deveria ter uma avaliação baseada na necessidade de cada região. Por isso, nós
estamos pedindo ajuda a esta Casa para tensionar junto ao Governo do Estado
para que se faça uma programação pactuada, integrada com regionalização e
definição dos critérios do Interior para Porto Alegre para que a gente não
tenha que atender esse volume tão grande de pessoas. Ou, se atender, sermos
devidamente remunerados. Se olharmos dentro dessas especialidades que tenham
regulação, que deveria ter a regionalização e definição de seus locais de
atendimento, apenas metade das pessoas que vêm para serem atendidas nessas
especialidades, nesses R$ 1,6 bilhões, é que são dessas referências. Ou seja,
mesmo quando a gente bota no papel quais são as referências de cada cidade para
o atendimento, apenas metade delas respeitam isso, a outra metade está
acessando especialmente pela porta da emergência. Isso, se a gente desconsiderar
todas as outras inúmeras especialidades que temos. Por exemplo, se pegarmos a
Saúde Mental, que não existe critério de definição de quem são as referências
em cada região do Estado do Rio Grande do Sul. Em gastro, por exemplo, também
não temos referência, mas acabamos em absorver uma quantidade grande de Porto
Alegre no gasto de saúde nessas especialidades. Isso é para mostrar a vocês o
quanto de recursos próprios de Porto Alegre, que vem do federal e do estadual,
disponibilizamos para o Interior do Estado. Na minha opinião, eu acho que
precisamos rever essas pactuações para definição dos papéis e cobrar do Governo
do Estado que isso seja respeitado, e que as pessoas não precisam aportar.
Então, no total de
todos os gastos, com média e alta complexidade, nesses anos, nós chegamos a um
valor de R$ 2 bilhões, contando todas as especialidades – naqueles R$ 1,6
bilhões eram apenas naquelas cinco principais especialidades. E mesmo assim,
ainda temos uma disparidade, em que mais da metade do recurso, de média e alta
complexidade, vai para o Interior.
No entanto, tudo isso
seria muito bom se pudéssemos continuar a atender essas pessoas, mas o que
temos visto aí do Governo do Estado e também do Governo Federal – especialmente
do Governo Federal – é o não reajuste dos valores repassados. Vou dar um
exemplo: na assistência farmacêutica, há cinco não recebemos reajuste
financeiro. Ou seja, nós ganhávamos R$ 14 milhões em 2010, continuamos ganhando
R$ 14 milhões. No entanto, o gasto passou de R$ 16 milhões para R$ 28 milhões
no último ano, e, neste ano, estávamos com uma perspectiva de R$ 32 milhões de
gasto. Ou seja, a participação de Porto Alegre com relação aos medicamentos
passou de R$ 2 milhões, que colocávamos, para R$ 18 milhões, e o que vem dos
governos Estadual e Federal são apenas R$ 14 milhões.
Além disso, nós temos
alguns números de variações de gastos em alguns hospitais. Nós elencamos apenas
os quatro maiores hospitais de Porto Alegre. Na Santa Casa de Misericórdia, se
olharmos a série histórica dos anos de 2012, de 2013, de 2014 e de 2015, nós
tivemos uma representatividade ambulatorial aumentada naquelas cinco
especialidades. Aumentou o gasto em 83% na Santa Casa, em oncologia, em
Cardiologia; no Hospital da PUC aumentou em 64%; no Hospital de Clínicas
aumentou em 57% o gasto com essa especialidade; e no Grupo Hospitalar Conceição
aumentou em 107% o gasto em oncologia. Somente pegando a especialidade em
oncologia, vemos o quanto nós gastamos a mais nesses últimos anos anos, ou
seja, a população está envelhecendo, as doenças crônicas estão tomando conta e
o gasto tem aumentado. No entanto, os recursos financeiros para isso não têm
recebido o mesmo valor, tanto pelo Governo Federal, quanto pelo Governo
Estadual.
Desses recursos para
a oncologia, 39% apenas foi para Porto Alegre e o restante para o Interior do
Estado. Isso só para pontuar os principais problemas financeiros e os maiores
gastos que temos. Se formos olhar como é a definição e a participação de Porto
Alegre na rede de saúde do Estado do Rio Grande do Sul, temos o marco legal que
é a Resolução nº 237/11 a qual coloca que a obrigatoriedade de Porto Alegre é
disponibilizar 45% – ali é só para mostrar a resolução que determina isso – da
oferta de média complexidade deveria ser para o Interior do Estado e 55% para
Porto Alegre.
Foi uma medida tomada
em 2011; no entanto, hoje nós estamos questionando ao Governo do Estado que
isso não é um critério linear. Não podemos fazer esse critério linear, porque
cada especialidade de cada Região do Estado do Rio Grande do Sul tem uma
necessidade, e Porto Alegre não pode abrir mão, por exemplo, de ficar com menos
de 55% em algumas especialidades. Pode abrir mão em algumas especialidades e
ficar apenas com 45%, mas em algumas especialidades têm de ser mais. Então,
colocar esse critério linear nos prejudica, porque acabamos colocando para
todas as especialidades e é isso que nós estamos tensionando junto ao Governo
Estadual, no sentido de que possamos estar modificando essa resolução aqui.
Se olharmos em
números – pensando nessa resolução, a qual eu acho que não é justa para o
Município de Porto Alegre – e em valores gastos, podemos perceber que dentro da
média complexidade, que são as consultas de neurologia, de oncologia clínica,
de nefrologia, de urologia, nós respeitamos. Nós damos 55%, em média, para
Porto Alegre, e 45% para o Interior. E mesmo assim eu questiono porque eu acho
que têm algumas especialidades que poderemos dar menor para o Interior, e têm
especialidades que nós poderemos dar mais para o Interior.
Agora, se olharmos os
números absolutos em alta complexidade, vamos ver que há disparidade com
relação, puramente, à alta complexidade, chega a 65% do gasto da alta
complexidade com o pessoal do Interior. Então, tudo que gastamos que é o do
mais caro, que mais vai recurso, porque exige mais tecnologia, nós estamos
gastando com o Interior. Queremos continuar atendendo o pessoal do Interior,
sim, é responsabilidade nossa; como Capital, estamos fazendo isso. No entanto,
queremos o devido valor. Para tanto, se olhássemos em valores no que excede
essa Portaria, em média, o que estamos dando a mais, que não deveríamos estar
dando para o Interior do Estado, gira em torno de R$ 25 milhões – no último
ano, fechou R$ 25 milhões. Vinte e cinco milhões de reais! Para vocês terem uma
ideia, dá para construirmos várias unidades de saúde. Custa em torno de R$ 2
milhões a R$ 3 milhões para construir uma unidade de saúde. Uma unidade de
Saúde da Família custa, em salários, R$ 65 mil, em média; contando os gastos
com medicamentos, luz, curativos, vacinas, uma equipe custa, em média, R$ 200
mil; duas equipes, no mesmo prédio, custam R$ 300 mil e três equipes custam, em
média, R$ 400 mil. Isso é em média. Esse valor de R$ 25 milhões que deixamos de
ter nos nossos cofres, deixamos de aplicar no Município de Porto Alegre.
A partir disso tudo,
desde o ano passado, ainda na condução do Ver. Casartelli como Secretário da
Saúde, viemos pautando o Governo do Estado no sentido do ressarcimento desses
valores, que chegam à ordem de R$ 3 milhões/mês. Desde o ano passado, viemos
mandando. Está aqui: setembro, outubro, novembro, dezembro. Estão ali todos os
ofícios assinados, desde o ano passado, os deste ano, pautando o Governo do
Estado, o Governo anterior, o Governo atual, e, até o momento, não tivemos
nenhuma resposta. Tensionamos com eles: “Cadê a resposta com relação à
regularização desses recursos financeiros que estão excedendo?”. Não tivemos
nenhum sucesso. Por isso, trago para vocês esta problemática para que possam
nos ajudar a tensionar o Governo no sentido de termos, pelo menos, um diálogo
para ver como fazemos para ter este ressarcimento.
Aqui mostra que o
nosso grande problema é que a maioria dessas pessoas do Interior do Estado
acessam pela porta da emergência. Se pegarmos procedimentos cirúrgicos que
foram feitos no Município de Porto Alegre, o quantitativo em valores, pela
porta da emergência, é maior, ou seja, as pessoas, não conseguindo no Interior
do Estado, vêm pela porta da emergência, acessam o hospital, que é de qualidade
aqui na Capital e passam para a cirurgia. É feita a cirurgia; no entanto, a
conta acaba ficando aqui. Se vocês olharem nos valores ali colocados, o número
total de internações, comparado a 2009, foi menor, diminuímos as internações.
No entanto, o custo aumentou em 36% em relação a 2009, ou seja, foram
aprovados. E tem um dado extremamente importante, que 60% das internações que
aconteceram em Porto Alegre, as pessoas acessaram pela porta de urgência. E
outra coisa importante é que houve um aumento de 34%, em 2013, com custo médio
em relação a 2009. Ou seja, a gente diminuiu as internações, aumentou o custo e
as pessoas acessaram pela porta de emergência. E um dado extremamente
importante é que as internações de urgência são mais caras que as eletivas. Então
as pessoas chegam a um ponto de que a gente não consegue dar conta pelo método
eletivo e passam a acessar pela porta de emergência. E o custo médio de uma
pessoa que vem do Interior pela porta de emergência é 30% maior que o custo de
uma pessoa que mora em Porto Alegre. Isso mostra que, apesar dos problemas que
temos no Município, a gente tem uma saúde efetiva. E, quando as pessoas para
alta complexidade, elas acabam gastando menos, ficando menos tempo na
internação, mas o gasto é maior para o pessoal do Interior.
Eu queria ainda trazer a situação atual. Isso tudo
é o cenário de Porto Alegre. No entanto, a situação piorou – de janeiro para cá
a situação tem piorado. Por quê? O que a gente tem percebido? Fechamento de
serviços, como vocês podem ver na mídia: Hospital de Guaíba, Hospital de Osório
com problemas, Hospital de Cruz Alta, Hospital de Santa Maria. São vários
hospitais com dificuldades, e cortes lineares estão sendo feitos. Eu tenho
plena convicção de que há hospitais com problema de gestão, sim. Mas eu tenho
total convicção de que os hospitais aqui de Porto Alegre – quase todos eles –
têm controle efetivo. E a gente não pode pensar em cortes lineares, porque não
dá para comparar uma gestão de hospital que é 100% SUS, como os dois hospitais
de Porto Alegre – o Hospital Vila Nova e Hospital Independência – que têm um
custo de internação bem mais baixo, uma qualidade e uma resolução extremamente
alta, aplicando o mesmo corte que o Governo do Estado fez com hospitais que não
fazem o mesmo tipo de gestão que o Hospital Presidente Vargas ou o Hospital de
Pronto Socorro! Porque há hospitais, sim, que têm problemas de gestão, que têm
o tempo de internação mais caro, e a gente não pode fazer esses cortes
lineares. Então, hoje, o que a gente percebe é que não existe planejamento que
aguente cortes desse porte. No momento em que Porto Alegre decidir receber
recursos de dinheiro que já estavam programados e planejados para gastar, a
gente tem que fazer um rearranjo e deixar de fazer coisas que a gente já tinha
planejado. Então, o desmonte do processo de regulação, fim da garantia da
equidade, sobrecarga do serviço, desassistência, e agravamento da situação. Aí
a própria população - e eu não tiro a razão de ela ir buscar a saúde onde
consegue - acaba vindo a Porto Alegre porque Porto Alegre é referência e acaba
tendo atendimento. .
Se vocês olharem com relação aos valores, só deste
ano, comparando 2013, 2014, 2015, de 2014 para 2015, nós tivemos uma redução no
co-financiamento hospitalar do Estado do Rio Grande do Sul na ordem de 28% para
Porto Alegre. Nós tivemos uma redução na saúde prisional em 44%. Nós tivemos
uma redução no SAMU – urgência, emergência – em recursos que não chegaram ao
Município de Porto Alegre, em 37%. E no total nós tivemos um corte de 29% dos
recursos. E como vocês podem ver o gráfico, desde 2014, nós tivemos um trabalho
bastante positivo para o Governo do Estado, ainda com dívidas, sim, mas ainda
melhorando o que já foi. Mas a partir de janeiro de 2015, a gente começou a ter
um declínio nos recursos vindos do Governo do Estado.
Valores esses que chegam na ordem, só em 2015, o
Governo do Estado do Rio Grande do Sul deixou de passar R$ 7,8 milhões para o
Município de Porto Alegre, valores esses que são da estratégia da família, que
a gente não teve recursos recebidos em maio e junho, programas específicos como
o Telessaúde, como assistência farmacêutica, nós estamos com dificuldade em
compra de medicamentos, têm valores represados, valores que não chegaram do
Governo do Estado ao Município de Porto Alegre. A questão das fraldas, também,
que é muito bom a gente descentralizar, é importante descentralizar para a
gente poder entregar. No entanto, a descentralização não vem acompanhada com o
valor justo que deveria ser e, principalmente, não está vindo com regularidade.
Então, esta é a dificuldade de a gente comprar. E só para comunicá-los que o
Governo do Estado, na última reunião da Comissão Intergestora Bipartite do Estado, anulou aquela
resolução que colocava como os Municípios responsáveis para a distribuição de
fraldas. Voltou ao Governo do Estado a responsabilidade da distribuição das
fraldas, e eles ficaram de fazer uma proposta de como é que eles iriam
organizar isso. A intenção básica são R$ 7 milhões que deixaram de entrar só
este ano.
Se a gente olhar, não quero que vocês olhem os
números, só para vocês entenderem que todos têm, quais são os hospitais que
deixaram de receber, qual é o incentivo, qual é a portaria que regulamenta
isso, só em média complexidade nós chegamos a um total de R$ 23 milhões que
deixaram de entrar no Município de Porto Alegre. Então, aqui estão todos os
valores: SAMU, Hospital Vila Nova, Hospital Independência, Hospital Santa Casa,
Hospital da PUC, incentivo que vinha para o Hospital Presidente Vargas, valores
que vinham para o Pronto Socorro, são valores que deixaram de entrar no
Município de Porto Alegre neste último ano. O valor devido do Governo do Estado
do Rio Grande do Sul, de janeiro a junho, é de R$ 23.517.272,56 – este é o
valor que deixou de entrar para o Município de Porto Alegre, contando R$ 7,8
milhões da Atenção Básica, mais R$ 15 milhões da hospitalar. O que nós
receberíamos do Estado, mensalmente, é o valor que está colocado como valor
previsto mensal, chega a R$ 10.974 milhões. O último mês em que recebemos
valores, e não em sua totalidade, foi abril; a previsão é de que entre hoje e
amanhã entre algum valor.
Eu só queria reforçar que os valores devidos não
são exclusivos deste Governo, o Governo passado também, apesar de ter aumentado
significativamente a participação do Governo do Estado, ainda tem valores na
ordem de R$ 7.720 milhões, de janeiro a dezembro do ano passado, para a Atenção
Básica, que deixaram de entrar. Se a gente somar todos os valores da média e
alta complexidade do governo passado e deste Governo, hoje estaríamos, no cofre
do Fundo Municipal de Saúde, com R$ 60 milhões, que é muito menos do que o
déficit que a gente tem hoje. Isso mostra a eficiência de gestão que a gente
tem tido nos últimos anos na Secretaria de Saúde, a preocupação dos nossos
gestores, que são trabalhadores da Secretaria Municipal de Saúde. No entanto,
não existe planejamento que aguente quando a gente contava com R$ 60 milhões,
de janeiro a julho deste ano, e este valor acaba não entrando – o que acontece
é o que a gente tem visto hoje na mídia, que é o colapso do Sistema Único de
Saúde.
O que nós temos feito hoje? Hoje, nós temos
tensionado, junto ao Governo do Estado, ao Governo Federal, uma reorganização.
Nós não queremos recursos novos, nós queremos somente os recursos que já estão
regulamentados e destinados ao Município de Porto Alegre, mas que cheguem
justos, na programação em que estão, e a gente pede a ajuda de vocês para tensionar o Governo do Estado, principalmente, para fazer uma
programação e buscar a responsabilidade de todos os entes, tanto municipal,
como estadual. Porque mostrar uma regulação em que as pessoas acabam acessando
de todas as partes do Rio Grande do Sul não existe. Então, nós fizemos uma
proposta, junto ao Governo do Estado, para reorganizar a programação pactuada,
manter o co-financiamento - não queremos mais do que isso, nós queremos, no
mínimo, manter -, para que a gente possa continuar nesse processo que a gente
tem tido nos últimos anos, qual seja, de expansão da Estratégia da Saúde da
Família. Como nós vemos aqui, em 2010, nós tínhamos 95 equipes e hoje estamos
com 194 equipes recebendo recursos pelo Ministério da Saúde, com 206
implantadas, ou seja, com um aumento de 104% nas equipes da Estratégia da Saúde
da Família, que atendem, hoje, um público de 670 mil pessoas. Mas quero lembrar
que isso diz respeito à Estratégia da Saúde da Família. Nós ainda temos mais 40
Unidades Básicas de Saúde, que dão a cobertura de Atenção Básica ao Município
de Porto Alegre. O que nós estamos falando aqui é de cobertura da Estratégia da
Saúde da Família; não é cobertura de Atenção Básica. A nossa cobertura de
Atenção Básica chega a 70%.
E, se nós olharmos
também, a questão da saúde bucal foi a que mais a gente conseguiu crescer nos
últimos anos, no Município de Porto Alegre. Apesar de todas as dificuldades,
dos recursos que acabaram não entrando, a gente teve um crescimento de 1.000%
em saúde bucal.
E aí, finalizando,
quando não há iniciativa reguladora, é aí que eu peço... Não é só dinheiro novo
que eu quero; eu quero a garantia dos recursos pactuados que estão garantidos
hoje - porque gestão a gente vem, ao longo do tempo, tentando fazer, mas não há
gestão que aguente recursos que não vêm, apesar de serem planejados -; uma
iniciativa reguladora por parte do Estado - e somos parceiros, queremos
continuar sendo referência, mas queremos um quadro não de heterogeneidade, mas,
sim, a garantia do acesso; a integridade da saúde de Porto Alegre, de todo o
Interior do Estado do Rio Grande do Sul, com a otimização dos recursos. E para
isso só existe uma maneira: ou bota dinheiro novo - e não existe previsão
nenhuma de colocar dinheiro novo -, ou a gente organiza os fluxos existentes.
E trazemos também o
que Porto Alegre tem feito nos últimos anos: reaproximação constante com os
nossos prestadores; melhorando instrumentos de contratualização, com critério
quantidade x qualidade; acompanhamento efetivo da execução dos contratos.
Agora, essa semana, nós conseguimos colocar nos quatro principais hospitais;
iniciamos o apoio institucional hospitalar, botando pessoas da Secretaria
dentro dos hospitais para ajudar o hospital na regulação; um grupo de
executivos de urgência, para tentar organizar os fluxos e dizer qual o
caminho certo dentro da rede do Município de Porto Alegre. Pretendemos expandir
a atenção básica, mas para isso precisamos dos recursos que já estão gravados.
Finalizando, quero só comunicar - e vocês devem ter visto na mídia - que o
Município de Porto Alegre, após várias tentativas de conversas, de diálogo
junto ao Governo do Estado, entendendo a dificuldade financeira e sabendo que a
demanda hoje tem sido muito judicial nas prioridades do Governo do Estado, a
gente, do Município, entrou com uma ação junto ao Governo do Estado para tentar
garantir os recursos já vigentes. Felizmente, na terça-feira, foi assinado pelo
Desembargador o direito de Porto Alegre receber esses recursos. Está aí o
despacho do Desembargador Luiz Felipe Brasil, que coloca a garantia plena dos
recursos financeiros do Governo do Estado para o Governo Municipal. Tentamos
colocar com pena de multa, caso não cumprissem, mas ficou garantido o sequestro
de valores. O dinheiro ainda não entrou, porque o Governo do Estado tem 10 dias
para se pronunciar. A gente espera que eles, sensivelmente, pensem que a saúde
é prioridade, assim como o salário do servidor também é prioridade; não
queremos fazer disputa, em hipótese alguma, com o salário, porque são duas
questões sagradas das quais não podemos abrir mão, mais a educação. Por isso
entramos com essa ação que, felizmente, foi atendida pelo Judiciário. É
importante a gente fortalecer o pacto ético de solidariedade na prática da rede
de saúde, e é isso que vim aqui dizer para vocês, mostrar o que estamos
tentando fazer. E que apesar das dificuldades, não fechamos serviços, mas os
hospitais infelizmente não puderam seguir por causa do corte de recursos, e
hoje finalizamos o mês de julho com menos 180 leitos disponíveis para o
Município de Porto Alegre. Queria dar ênfase, especialmente, a quatro hospitais
que têm sido, sempre, parceiros nossos na dificuldade e nos momentos melhores,
que são especialmente o Hospital Presidente Vargas e o Hospital de Pronto
Socorro, que é nosso; e mais dois hospitais que são cem por cento SUS, que é o
Vila Nova e o Hospital Independência. Apesar de todas as dificuldades, eles têm
feito todos os esforços quando pedimos a eles e eles nunca nos negaram nenhum
tipo de atendimento. Mas eles tiveram, sim, dinheiro não depositado na conta
deles por parte do Governo do Estado. E é isso que eu vim
pedir para vocês. Talvez em curto prazo a gente não consiga mais ter tantos
parceiros assim por causa dessa dificuldade financeira. E eu peço a ajuda de
vocês. Obrigado. Estou à disposição para prestar esclarecimentos.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Delegado
Cleiton assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Convido o
Secretário da Saúde, Fernando Ritter, a fazer parte da Mesa.
A Ver.ª Fernanda
Melchionna está com a palavra.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde a
todos e a todas, eu queria começar cumprimentando os trabalhadores da saúde que
estão conosco nesta tarde; cumprimentar o Secretário Fernando Ritter; a
Federação, que está aqui para usar a Tribuna Popular.
Nós estamos muito
preocupados, Secretário, muito preocupados com a gravidade do caos na saúde
pública. O senhor sabe, nós somos muito firmes nas nossas críticas, e o que
está acontecendo em todas as esferas é de fato inadmissível. A questão dos
investimentos do Governo Federal – hoje nós somos a sexta economia do mundo, e
menos de 4% dos investimentos de um orçamento bilionário são destinados à saúde
pública. Nós estamos falando de um orçamento do Governo Federal em que 50% vão
para pagar uma dívida que nunca foi auditada e que em geral financia aqueles
que especulam no sistema financeiro. Uma dívida que nunca foi auferida e que
todo o ano recolhe quase 50% do orçamento da União e menos de 4% na saúde
pública para financiar e garantir a efetividade do Sistema Único de Saúde.
O Governo Estadual: o senhor trouxe dados que de fato são
estarrecedores. Nós acompanhamos a ação da Prefeitura – foi amplamente
veiculado – e estamos vendo um cenário de caos, um cenário de demissões – são
mais de cinco mil demissões de trabalhadores da saúde até o presente momento –,
um cenário de congelamento de repasses para o Interior, o que leva obviamente a
aumentar a lógica da “ambulancioterapia”, da busca dos serviços na Capital – e
obviamente a Capital tem que atender, mas não existe uma política de desenvolvimento
de hospitais de média complexidade nas regiões, para suprimir a demanda e o atendimento pleno da população. Eu
comentava com os Vereadores Alex Fraga e Casartelli sobre o Hospital da Barra
do Ribeiro, que está lá com centenas de equipamentos, que tem raios-X, que tem
condições para procedimentos vinculados aos partos, e que está há mais de cinco
anos parado, porque o Governo do Estado não repassa os recursos, e porque não
existe um consórcio dos Municípios - os onze da Região -, para a buscar garantir
esses recursos do Governo do Estado. Essas vagas, obviamente, serão atendidas
em Porto Alegre, colocando inclusive as gestantes, que têm que viajar a Porto
Alegre, para garantir o atendimento em saúde. Estamos vendo a questão do
sucateamento de um modo geral do serviço, somado, Sr. Presidente, Ver. Delegado Cleiton, com uma Lei de Diretrizes
Orçamentárias, votada Assembleia, na terça-feira, que congela os investimentos
em dois anos. É o congelamento do salário dos funcionários, é o congelamento
dos investimentos, e hoje veio a notícia que o Governo Sartori vai parcelar os
salários de quem ganha mais de R$ 2 mil a partir deste mês. Vocês imaginem,
todos são trabalhadores que estão aqui nos acompanhando, dá para parcelar
dívida quando chega a conta de luz? O senhor não pode parcelar suas dívidas do
cartão de crédito, com juros abusivos? Parcelar o conjunto da vida dos
trabalhadores. É um verdadeiro massacre com o funcionalismo público estadual!
Com os professores e professoras; os trabalhadores da saúde; os trabalhadores
da segurança pública, sem contar com a ausência de investimentos na saúde, que
tem a ver com esses dados, com os repasses que não foram garantidos para Porto
Alegre e que, ao mesmo tempo, nós somos parceiros para exigir que o Estado e a
União entrem com a sua parte, porque nós sabemos que os Municípios é que,
proporcionalmente, mais investem em saúde diante da irresponsabilidade dos
governos. Mas nós também não aceitamos o jogo de empurra, porque faltam muitos
trabalhadores. O senhor falava do Hospital de Pronto Socorro: faltam, no
mínimo, 120 técnicos no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. E aqueles
trabalhadores fazem muito com pouco; suam para atender a nossa população;
faltam médicos e médicas; faltam condições de trabalho; os trabalhadores da
saúde estão adoecendo. Faltam no Hospital Presidente Vargas, faltam no Postão
da Vila Cruzeiro, que nós, inclusive, quanto houve aquele caso grave de
assassinato dentro do Postão, nós fomos lá, fizemos uma assembleia para tentar
garantir um plano de segurança para os funcionários. Vocês imaginem estar
trabalhando e alguém ser assassinado dentro do hospital! Seis tiros, todo mundo
em pânico. E de lá para cá, mais de um ano, nada foi feito para garantir a
segurança dos trabalhadores e dos pacientes. A gente pensou todo um plano,
cobrou, mas com espírito de ajudar o atendimento da nossa população. Muito tem
nos assustado também, a questão dos investimentos em Porto Alegre. Na
Comissão de Direitos, na qual estou Presidente, sabemos que o Município tinha o
compromisso de abrir três Caps AD – Centro de Atenção Psicossocial Álcool
e Drogas: um no Centro; um no Extremo-Sul, bastante importante; e um também
infantil. Esse é um dos grandes problemas do nosso Município, que perpassa
várias áreas.
Primeiro, uma política efetiva de garantia de direitos para a população,
tratamentos efetivos que ajudem a largar a dependência, com toda a integração
dos direitos sociais, mas o que a gente vê é uma série de outros atendimentos,
que acabam ocorrendo como se fosse o Pronto Socorro do Município de Porto
Alegre, como o caso da assistência. A quantidade de pessoas que acaba em
situação de rua, em função das vagas ou do pouco atendimento em saúde mental. A
questão da ausência dos Caps, que também influencia nas políticas para a
criança e o adolescente do Município de Porto Alegre. A discussão fundamental
que precisamos ter para enfrentar essas gangues capitalistas, que são o
narcotráfico, que roubam a nossa juventude, que são extremamente violentas, e
nós não vemos esse equipamento sendo construído – tinha a previsão de três. A
questão, também, do laboratório do teste do pezinho no Hospital Presidente
Vargas, que existe um boato de que a Secretaria quer passar para o Governo do
Estado um laboratório tão importante para o Hospital Presidente Vargas, Ver.
Delegado Cleiton. Para nós, também, é bastante importante a manutenção desse
serviço e, sobretudo, a ampliação do conjunto dos equipamentos públicos de
saúde, a melhoria na gestão e na democracia junto com os conselheiros de saúde
e as comunidades, uma lógica que coloque, de fato, a saúde em primeiro lugar,
porque a situação está um caos e nós achamos que é extremamente absurdo o que
está acontecendo neste momento, em todas as esferas, tanto no Governo Federal,
como no Governo Estadual e no Governo Municipal, nas suas prioridades.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra.
O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa tarde,
Presidente. Quero cumprimentar o Secretário Fernando Ritter. Eu fiquei atento,
desde o início, ouvindo a sua fala e vendo o gráfico. O PSD está junto no
Governo Estadual, o nosso Presidente, o Cairoli, é Vice-Governador, junto com o
Sartori. E eu tenho conversado muito com o Cairoli, e há uma preocupação, há um
esforço muito grande deles com relação à saúde. Eu não aqui desmerecer a OAB.
Todos os setores, todos os segmentos no nosso País são importantes: a
segurança, a educação – tudo é importante. A saúde é muito importante! Até tem
uma frase no programa do Chico Anysio que o Paulo Cintura diz: “Saúde é que
interessa, o resto não tem pressa”. Realmente! Porque a criança já começa a ter
seus atendimentos no ventre – e até o seu final.
A gente trabalha quando jovem, quando adulto, e, lá
no final, queremos ter saúde pelo menos para desfrutar daquilo pelo que lutamos
lá no início e, às vezes, não conseguimos. Quem tem dinheiro, às vezes,
consegue ter alguma saúde, mais ou menos, mas quem não tem, que vai à farmácia
popular buscar, é complicado e difícil. Então, não vou entrar aqui em detalhes
de quem deve, quem pagou, por que está assim, porque este País vem há tempo
assim. Isso é um dominó, isso vem lá de cima caindo. E onde chega? Chega nos
Estados, nas Capitais, nas grandes metrópoles. Para onde as pessoas das cidades
pequenas deste Estado se dirigem? Para Porto Alegre, que é a referência. E aqui
caem, como tu disseste, todas as esperanças dessas pessoas. E a saúde municipal
tem que dar conta, porque como vai deixar de atender aquele paciente necessitado
que pagou uma vida toda, que lutou a vida toda?
Então, é muito difícil. Eu tenho conversado muito
com o nosso Vice-Governador, eu tenho certeza de que estas duas pessoas –
Cairoli e Sartori – são superpreocupadas e, principalmente, o Sartori, que eu
conheço muito, muito bem. Eu tenho certeza de que eles vão lutar para que a
gente tenha uma tranquilidade maior em relação à saúde e, principalmente, aos
salários das pessoas que trabalham e lutam para ter o seu salário. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Vereador. A Ver.ª Lourdes Sprenger está
com a palavra.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Presidente, Ver. Delegado Cleiton; Sr. Fernando Ritter, Secretário
Municipal da Saúde, prazer em conhecê-lo. Acredito que tenhamos nos encontrado
na COSMAM. Li o seu manifesto e de diversas entidades. É justa a reivindicação,
é justo que os trabalhadores tenham os seus salários compatíveis, que a saúde
tenha o seu percentual adequado, mas sabemos – nós, que atuamos dois anos na
Comissão de Saúde e Meio Ambiente, que andamos por todos esses hospitais
durante a Presidência do Ver. Dr. Thiago, médico também da saúde Municipal –
dos problemas existentes. E nós, que temos hoje o mandato, recebemos muitas
demandas: problemas de inscrições para consultas, que a gente sabe que tem que
ficar na espera, ou para tratamentos, mas também há trabalhos relevantes
prestados pela Saúde, devemos reconhecer.
Nós também não podemos deixar de registrar a
situação da saúde recebida pelo Governador Sartori, que é um governo que está
trazendo às claras a situação econômico-financeira do Estado, e a gente tem a
esperança de que vai haver uma melhora, de que seja tudo temporário. A
preocupação vai ser a saúde, algo que ele já declarou em outras oportunidades,
porém sabemos que o que estava fora de orçamento são valores significativos, e
também está sendo noticiado todo um levantamento da saúde de descumprimentos
administrativos por não seguirem as normativas e que o Governo está trazendo à
população para acompanharmos, mas o que nós queremos mesmo é que logo haja
soluções, para que todos vocês, em suas reivindicações, nós e a população
sejamos bem atendidos pelo SUS, pelos hospitais e pelos seus servidores.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Carlos Casartelli está com a palavra.
O SR. CARLOS
CASARTELLI: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Delegado Cleiton; Sr. Fernando Ritter,
nosso Secretário da Saúde; colegas Vereadores e Vereadoras; pessoal que está
nas galerias; servidores da área da saúde, que têm enfrentado uma situação, nos
últimos meses, de muitas dificuldades, com a diminuição dos serviços ofertados
pelas estruturas de saúde, o que acaba resultando em atrasos salariais, algo
que eu não via em Porto Alegre, pelo menos, desde 2010, quando assumimos a
Secretário da Saúde. Quando eu e minha equipe assumimos a Secretária da Saúde,
tínhamos o Hospital Beneficência Portuguesa em greve, tínhamos o Hospital Vila
Nova, que, eventualmente, atrasava os salários, e, a partir daí, fizemos uma
reestruturação e novas contratualizações com esses hospitais. Esses hospitais
atingiram uma situação de equilíbrio, colocando os salários dos seus servidores
em dia, mas, agora, começam a ocorrer novamente os atrasos nos salários.
Então, é uma preocupação bastante grande que se
tem, porque são vidas. Nós estamos falando de vida, e o direito à vida é um
direito fundamental de todos nós, o direito mais importante que temos, que é o
direito a ter saúde, direito a ter uma vida saudável. E aqui não se trata de
nenhuma crítica nem ao Governo Federal, nem ao Governo do Estado, são fatos, e
nós não podemos deixar de mostrar o quanto são duros os fatos que temos hoje.
Eu já disse nesta Casa, como Secretário e,
ultimamente, como Vereador, e um Vereador achou graça, que a saúde deve ser
financiada 50% pela União, 25% pelo Estado e 25% pelo Município. No Brasil, nós
temos uma inversão, o financiamento se dá, principalmente, às custas dos
municípios brasileiros, dos mais de 5,5 mil municípios brasileiros, portanto
numa completa inversão daquilo que é referido como base para o financiamento da
saúde. Na época, eu disse aqui que Porto Alegre gastava – e continua gastando –
em torno de R$ 500 milhões em saúde por ano. E, se Porto Alegre gastava R$ 500
milhões em saúde por ano, tudo que precisa ser acrescentado em saúde, em
recursos para financiar a saúde no Município de Porto Alegre, não pode sair dos
cofres do tesouro municipal, não pode ser recurso do tesouro municipal, mas,
obrigatoriamente, da União, que financia outros R$ 500 milhões. Se Porto Alegre
financia R$ 500 milhões, o que deveria ser 25%, e a União investe R$ 500
milhões, a União deve, anualmente, para Porto Alegre, R$ 500 milhões.
Quando nós vamos para o Estado, temos uma situação
pior. Se Porto Alegre investe R$ 500 milhões em saúde, por ano, o Estado do Rio
Grande do Sul deveria investir, em Porto Alegre, outros R$ 500 milhões. No ano
passado, em 2014, que foi o ano em que mais investiu em saúde em Porto Alegre,
considerando, provavelmente, a ultima década, o Estado investiu R$ 80 milhões,
o que dá algo em torno de R$ 7 milhões por mês. Isso significa que cada cidadão
de Porto Alegre tem como financiamento em saúde pelo Estado do Rio Grande do
Sul algo em torno de R$ 5,00.
O que chama a atenção é que Municípios vizinhos – e
bem vizinhos! – têm um financiamento que é nove vezes maior. Tem um Município
vizinho ao nosso que recebe R$ 45 reais, aproximadamente, por cada cidadão, por
cada munícipe que lá reside. Então nós temos os cidadãos porto-alegrenses
valendo, em termos da sua saúde, nove vezes menos do que os cidadãos de outros
Municípios da Região Metropolitana. Não pode o Município de Porto Alegre, com
1,45 milhão de pessoas, com seus 23 hospitais, receber o mesmo que um Município
da Região Metropolitana com 300 mil habitantes e com três estruturas
hospitalares, que recebe R$ 13 milhões, por mês, do Estado do Rio Grande do
Sul.
Chamam a atenção os dados do Ministério do Estado.
Eu estava olhando os repasses para vários Municípios da Região Metropolitana e
para Porto Alegre e percebi que o Estado, para alguns Municípios, não atrasou
nem um mês no decorrer do ano de 2014; enquanto que, para outros Municípios –
entre eles, Porto Alegre –, já tem atrasos vindos desde o ano de 2014. Então
isso chama a atenção. Estou colocando isso porque, embora eu tenha um carinho
muito grande pela Secretária Sandra, que tentou corrigir várias questões do
financiamento para Porto Alegre, de qualquer maneira, houve, sim, antes de a
Secretária Sandra assumir, uma distribuição muito equivocada dos recursos do
Estado, financiando estruturas que não tinham condições de ter resolutividade,
e não financiando os Municípios que tinham condições de dar uma saúde de
qualidade. Então isso prejudicou muito. Acho que, realmente, se precisa fazer
uma redistribuição dos recursos entre os diversos Municípios do Estado. Por
outro lado, não se pode fazer o que vem acontecendo hoje, uma retirada de
recursos da saúde, o que está levando ao fechamento de hospitais, de estruturas
que, mesmo não tendo a resolutividade que se gostaria, não podem mudar a sua
função antes que novas estruturas, que hospitais regionais sejam construídos ou
botados em funcionamento. Como bem falou a Ver.ª Fernanda Melchionna, como o
hospital de Barra do Ribeiro, há 15 anos fechado. Isso é um absurdo, mostra a
falta de planejamento na saúde do nosso Estado e do nosso País.
Quero parabenizar o Secretário Fernando, que não é
o responsável pelo que está ocorrendo, mas junto com a Câmara de Vereadores,
demais executivos municipais - Estado e União -, tentar achar uma solução para
evitar a quebradeira do nosso Sistema Único de Saúde.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. KEVIN
KRIEGER: Sr. Presidente, Secretário Ritter, quero aproveitar para me colocar à
disposição, junto com o Ver. Casartelli, com os demais Vereadores para ajudar
nessa luta por que estás passando em relação à questão financeira e as
pactuações, que acho importantíssimas das especialidades, não definir
linearmente se serão 45% para tudo, e poder fazer um estudo técnico de quais
são as especialidades que precisam de tais percentuais. Então estamos à
disposição, parabéns pelo teu trabalho e pela luta. Ontem chegou o PL para a
troca de auxiliares técnicos por técnicos em enfermagem. Realmente, está se
fazendo todo o esforço possível. Depois teremos outro grande desafio, a GIM.
O SR. MÁRCIO
BINS ELY: Nós também Secretário, queremos, em nome da Bancada do PDT,
cumprimentá-lo. Realmente, ficamos atônitos quando vemos um hospital pronto e
que não está funcionando. Recentemente, em Porto Alegre, conseguimos construir
a quatro, seis, oito mãos um projeto que vai proporcionar a ampliação das
instalações do Hospital Mãe de Deus. Estamos muito preocupados com as questões
da saúde, estamos atentos. Em nome do Ver. Nereu, do Ver. João Bosco Vaz, do
Ver. Dr. Thiago, do Ver. Delegado Cleiton e deste Vereador queremos nos somar à
causa da saúde em Porto Alegre e desejar pleno êxito a esta gestão que V. Exa.
está à frente, junto com o nosso Governo, para o bem coletivo da nossa Cidade,
num ponto que é, digamos assim, um calcanhar de Aquiles, que é a saúde.
Tenhamos muito cuidado com a saúde da nossa população. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Boa tarde a todos e a todas, Vereadores e Vereadoras, ao Secretário
Fernando Ritter, que cumprimento por vir aqui dar explicações e socializar os
movimentos que a Prefeitura está fazendo, que ouvimos e vimos nos jornais.
Cumprimento os servidores da Saúde, que compõem e acompanham a Tribuna Popular,
e depois falaremos especificamente da tribuna.
Secretário, primeiro eu quero louvar o movimento do
Município de Porto Alegre, porque lembro que houve períodos do governo anterior
ao governo Tarso, que anualmente, o governo Estadual não repassava nenhum
recurso para Porto Alegre, e nós aqui, cobrávamos nesta tribuna, por que o
Prefeito não brigava com o Governo do Estado, porque havia muitas dificuldades
na Saúde de Porto Alegre. E nós entendíamos que havia uma responsabilidade que
não estava sendo cobrada. E naquela época, a Prefeitura não estava com tanta
dificuldade financeira, talvez isso justifique, mas nada justifica quando uma
prefeitura tenha que expandir para a saúde da família, todos os temas colocados
pelo senhor aqui com tanta competência.
Eu tenho aqui um relatório do Denasus, porque eu
entendo a reação importante, valorosa e positiva dos hospitais, da prefeitura,
da Famurs, nesse momento. E por que eu entendo? Diferente da época da Yeda, que
não houve reação. Porque pela primeira vez o Estado do Rio Grande do Sul
experimentou algum compartilhamento, senão, Secretário Casartelli, o idealizado
pelo senhor, que eu respeito, porque é técnico da área e domina essa área, deve
imaginar que esse percentual seria razoável, mas um compartilhamento que,
inclusive, positivamente, verifico na carta do manifesto da Frente Gaúcha, nos
anos de 2013 e 2014. Vejam os dados do Denasus, relatório, ação de auditoria
realizada pelo Denasus nos anos de 2006 e 2007, em que o Estado do Rio Grande
do Sul investia em Saúde 3,42% das suas receitas, quando a Constituição
Estadual falava em 12% - obrigação de 12%. Em 2007, 3,12%, conseguiu investir
um pouquinho menos - governo Yeda. O mesmo grupo de partidos que governam hoje
o Estado do Rio Grande do Sul. Aí o pessoal vai dizer: é saudosista? Não. Porque, se eram épocas em que o Governo Federal tinha mais
recursos, não tinha crise e se comportavam dessa maneira, imaginem se nós não
criarmos uma reação e uma luta conjunta, em que patamar chegaremos, tendo em
vista a falta de compromisso desse conjunto de partidos? E, para exemplificar,
na Vigilância Sanitária e na Assistência Farmacêutica, o Rio Grande do Sul,
enquanto outros aplicavam 1,37, como o Rio de Janeiro, nós tínhamos 0,03 em Vigilância
Sanitária; 0,05 em Vigilância Epidemiológica; 0,00 em medicamentos, nos dois
anos. Imagino que, se abrisse cada um dos itens, nós iríamos ver o desastre.
Aqui já foi falado quais eram as condições dos hospitais regionais. Eu
acompanhei um pouco mais o São Camilo, que hoje é totalmente Sistema Único de
Saúde que está numa crise; como Porto Alegre está gritando, Esteio está
dizendo: olha, como é a pode, de uma hora para outra nós tínhamos tantos
milhões - eu não tenho os dados aqui, mensalmente -: a redução é brutal- como
que eu deixo de atender paciente; como que eu deixo de pagar fornecedor? É
irresponsabilidade total com a saúde. Então, eu quero elogiar o movimento da
Secretaria Municipal da Saúde. O Secretário Casartelli saiu no ano passado da Secretaria
Municipal da Saúde, denunciando o uso de recurso da saúde para superávit, de
recurso fundo a fundo. Essa era uma prática que foi feita, inclusive, em 2006,
2007, o uso de R$ 1,9 bilhão da saúde. Nesses dois anos, a gestão estadual
ainda aplicou no mercado financeiro os recursos repassados fundo a fundo.
Então, ainda tem a irresponsabilidade. Esse ano foi utilizado, na virada do
ano, não sei se foi devolvido, porque eu não pude acompanhar, infelizmente, nós
temos tantos outros temas mais na educação, na cultura que não consegue
acompanhar amiúde esse tema tão dramático.
Eu quero dizer que o
movimento das prefeituras é muito importante e acho que tem de ser cobrada,
sim, a parte que cabe ao Governo Federal. Nós achamos que o movimento social,
as frentes que lutam pela mudança na política econômica têm de crescer, no
Brasil, para que não se perca nenhum centavo nas políticas de ponta que aos
poucos nós vínhamos recuperando. Eu entendo que a oposição foi irresponsável
quando terminou com a CPMF que ia para a saúde. Se havia desvios, deveria ter
se corrigido. A oposição ao Governo Federal terminou com esse importante
imposto. Eu creio que é hora de repensá-lo, com uma vinculação absoluta.
Nós queremos aprovar
nesta Casa, Secretário – conto com seu apoio, Ver. Delegado Cleiton, que fez
uma emenda a minha lei dos royalties
do petróleo para a Educação, colocando os 25% da Saúde. Fez ou não fez, Ver.
Delegado? (Pausa.) Está na hora de nós votarmos esta lei, porque os Municípios têm
que ter legislação para receber os royalties
do petróleo e a parte devida à Saúde. Vamos votar e espero que no início do
segundo semestre. Então, a sua luta e a luta dos trabalhadores têm o nosso
apoio. Não dá para ser irresponsável com a saúde como temos visto.
Infelizmente, quero deixar a minha solidariedade e
lamentar a postura da Assembleia Legislativa. Não é possível a votação de uma
LDO que não reajusta salários, que promove o arrocho salarial e que não prevê
que este Estado cresça, porque, se há gestor, este tem que assumir a responsabilidade
de financiar o Estado público e assumir o que prometeu ou o que não prometeu na
campanha eleitoral.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Vereadora. O Sr. Fernando Ritter,
Secretário, está com a palavra.
O SR. FERNANDO
RITTER: Primeiro, quero dizer que me somo a todas as falas, aqui. Atingi o
objetivo, que era trazer e expor aqui alguns problemas da Saúde. Ver.ª
Fernanda, concordo plenamente, temos que colocar mais servidores, temos que
fazer muitas outras coisas, mas eu preciso que vocês nos ajudem a cobrar dos
outros entes, porque Caps é a nossa prioridade, junto com a Atenção Básica –
isso não se discute, não existe qualquer possibilidade, mas a gente precisa que
os recursos venham, porque senão vai ficar à conta do Município pagar e
sustentar tudo isso. Então, eu preciso disso, e fica o meu compromisso de, se
conseguirmos esses recursos, que eles comecem a ser pagos regularmente e que
comecemos a discutir a questão do repasse do recurso atrasado, construir mais
três Caps, se for necessário, e completar toda a cobertura da Saúde da Família.
Com relação ao teste do pezinho, o problema é o
seguinte: tivemos uma conversa com o Governo do Estado, porque gastamos em
torno de R$ 500 mil/mês o custo. É extremamente importante; queremos manter,
mas queremos também que o Governo do Estado pague uma parte. E é isso que
queremos e estamos exigindo. Eles sabem que é extremamente importante termos
isso. Então, estamos num processo de discussão com eles.
Queria pedir à Ver.ª Lourdes e ao Ver. Tarciso, que
vieram falar que têm uma proximidade junto ao Governo do Estado, que nos
ajudem, que realmente coloquem como prioridade, de fato. Sabemos de toda a
situação financeira, de todas as dificuldades, mas precisamos, fundamentalmente,
que vocês cheguem nos ouvidos desses, que estão fazendo um esforço, sim, a
situação está ruim, mas, assim como o salário do servidor é sagrado, na saúde
não tem como voltar atrás, não tem nem como parcelar a saúde do trabalhador. Se
a gente parcelar, colocar juro em cima, o juro pode ser muito caro, e o caro
pode ser a morte da pessoa. Então, na saúde, não tem como parcelar, realmente
precisamos que vocês nos ajudem para que possamos fazer aquilo que os
trabalhadores do quadro do Município de Porto Alegre possam fazer uma gestão
adequada e colocar em primeiro lugar a saúde de Porto Alegre para atender as
necessidades do povo porto-alegrense. Peço para me retirar neste momento e
estou entregando nas mãos do nosso Presidente o despacho feito pelo
Desembargador, referente aos valores devidos totais do Governo do Estado, tanto
do Governo passado quanto deste. Aqui traz o detalhamento dos valores só deste
ano, mês a mês, colocando as portarias e tudo mais. Estamos à disposição para
qualquer dúvida e obrigado pela atenção.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Secretário Fernando Ritter. Aproveito
para convidá-lo a retornar a esta Casa, para que, juntamente com todas as
bancadas, possamos fazer um plano de estratégia chegar ao Governo do Estado, a
fim de sanar essas dificuldades. Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h31min.)
O
SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton – às 15h32min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos à
A Tribuna Popular de hoje terá a presença da Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços
de Saúde do Rio Grande do Sul – Feesergs, que tratará de assunto
relativo ao fechamento de leitos, demissão de
funcionários, suspensão dos serviços e atraso do pagamento dos salários em
consequência da falta de repasse do Governo Estadual. O Sr. Gilmar
França, representando a Feesergs, está com a palavra, pelo tempo regimental de
10 minutos.
O SR. GILMAR FRANÇA: Boa tarde, Sr.
Presidente, Delegado Cleiton. Quero agradecer aos Vereadores da nossa Cidade
que estão presentes até o momento para esta Tribuna Popular; aos
trabalhadores da Santa Casa de Porto Alegre, aos diretores da Federação; aos
trabalhadores do Hospital da PUC, do Hospital Vila Nova, do Hospital
Beneficência Portuguesa e da Santa Casa. Eu queria falar, primeiramente, para o
Ver. Tarciso Flecha Negra. A gente conhece o Vice-Governador do Estado, José
Paulo Cairoli, a gente conhece o Governador José Ivo Sartori e nós, na saúde, trabalhamos
com vidas. Aqui, nesta Casa, se trabalha com números. Eu trouxe alguns números
porque, em 2005, nosso Estado era o último estado que investia em saúde, era
investido 3,5% em saúde. Nós assumimos o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde
no Rio Grande do Sul em 2005 e pegamos o Hospital Beneficência Portuguesa com
vários leitos fechados, sem atendimento nenhum e com seis meses de atraso nos
salários. Nós construímos junto ao Governo Yeda... Para ver que nossa meta não
é governo, pois saúde não tem que ser de governo; todos dizem que tem que ser
de estado, mas não é tratado como estado. Nós reequipamos, junto com o
Secretário Municipal de Saúde na época, com o Secretário de Estado da Yeda, o
Hospital Vila Nova, o Hospital Beneficência Portuguesa e o Hospital Parque
Belém. Várias clínicas aqui, em Porto Alegre, fizeram contrato com a Prefeitura
de Porto Alegre, com o Governo do Estado. Vou dar números, Ver. Nereu D’Avila,
porque muitos Vereadores que estão aqui são de primeiro mandato, mas o senhor é
antigo aqui. Falta aqui um Vereador que conhecia muito de números, que era o
Ver. João Antônio Dib e também o Ver. Pedro Américo Leal que conheciam de
números, sabiam e isso nós temos que buscar na Câmara, nós temos que qualificar
algumas coisas porque não dá para deixar passar certas coisas que acontecem
aqui na cidade de Porto Alegre e no Estado. Vamos aos números: 2010, o Governo
do Estado, Governo Yeda investia 153 milhões; 2011, Governo Tarso, 290 milhões;
2012, 443 milhões; 2013, 746 milhões; 2014, 1 bilhão e 16 milhões. Nos quatro
anos de governo, houve em percentuais um acréscimo para os hospitais
filantrópicos de 658% de aumento. São leitos, são exames radiológicos, são
exames de radioimagem, são exames de laboratório, são prestações de serviço,
exames patológicos, exames de câncer de mama, exames de colo de útero, não são
gastos – que pena que o Secretário saiu –, nós temos a lógica de trabalhar que
na saúde se gasta, mas na saúde não se gasta, se investe! Há investimento na
saúde! Eu já estive nesta tribuna, já alertei que nós não temos mais
trabalhadores para a área da saúde, porque vender pente na esquina, hoje, dá
mais dinheiro do que ser trabalhador da saúde neste Estado! Qualquer hospital
aqui do Estado ou de Porto Alegre sabe: ninguém mais quer trabalhar em
hospital. Os números que eu trago aqui não são do Governo A ou do Governo B,
são números que estão claros: nós tivemos, em Porto Alegre, Gravataí, Alvorada
e Viamão, nesse período, desde o início do ano, Ver. Nereu – não tenho todos os
dados do Estado, mas vou dar da Região Metropolitana –, 5.648 demissões. Vou
repetir o número: 5.648 demissões! Está aqui o Governo que elegeram. As
clínicas estão todas quebradas, estão aqui os números, as datas, isso é o que
estão fazendo com a saúde no nosso Estado. Com todo o respeito ao Tarciso, que
deve ter boa vontade, eu acompanho este plenário, todos os dias, eu sei a boa
vontade que alguns Vereadores têm, mas é inadmissível, não dá para aceitar
isso, o mínimo que o Governo do Estado e a Câmara têm é uma obrigação, não
viemos pedir ajuda. A nossa Frente Parlamentar veio pedir que cada Vereador cumpra com a sua função, que é
fiscalizar o Executivo Municipal – eu estava com o Prefeito Fortunati quando
ele ingressou com essa ação, eu fui mostrar para ele justamente esses números.
Nós queremos, Ver. Cecchim, que todos os hospitais tenham o financiamento que
tem o Hospital de Clínicas e o Hospital Conceição. Eu vim aqui e falei que esta
Câmara não podia deixar o Hospital de Clínicas atendendo à iniciativa privada e
recebendo incentivo, mas até agora não foi feito nada! O Município manda, por
mês, para o Hospital de Clínicas, R$ 13 milhões – nós temos um contrato aqui –,
mas nós estamos com o Hospital Vila Nova quebrado, o Parque Belém quebrado, a
Beneficência Portuguesa quebrada! O Hospital Conceição leva 60% de todo o
Orçamento do nosso Estado, é mais do que leva a Secretaria, mas o Conceição
está com as portas abertas. Nós queremos que tudo isso que tem no Conceição e
no Clínicas tenha para esses trabalhadores que estão aqui, que são da Santa
Casa, do Beneficência, do Vila Nova, da PUC. A realidade deles, hoje, é
pagamento em três vezes, metade do vale-transporte é paga até o dia 15, e a
outra metade é feita no resto do mês. Onde nós vamos parar? E não adianta a base
aliada do Governo, aqui, não querer escutar, como fizeram com a LDO. Não
adianta ficar brabo, tem que escutar, porque ele prometeu que iria cuidar da
saúde, que iria fazer cortes! E tem como fazer cortes! E todos que estão aqui,
Cecchim, sabem que tem como fazer cortes. O Krieger sabe, assim com a Mônica
Leal também sabe. Mas não na saúde! Por quê?! Porque, hoje, a população pobre
da nossa Cidade está enterrando seus mortos sozinhos. Essas 5.400 demissões não
dizem respeito somente às mulheres que não conseguem levar o sustento para suas
famílias. É lá no cemitério da Santa Casa, é lá no Jardim da Paz que os pobres
estão enterrando seus pobres. Ou vocês acham que a saúde pode ficar esperando
por meses e meses para ter um atendimento? Não existe governo que não tenha
proposta. O Governo tem que fazer uma opção, tem que fazer uma proposta. E a
opção tem que ser atender o Sistema Único de Saúde. Não há como fazer
diferente.
E não há má vontade, aqui, com o Sartori. Nós
achamos que o Fortunati demorou muito para entrar com essa ação. Porque Porto
Alegre atende todo o Estado!
Quero dizer também que a Famurs, assim como os
hospitais filantrópicos estão no movimento, e nós vamos fazer um grande ato.
Nós fizemos um ato, reunimos 3.000 pessoas, discutimos lá, e eu disse: vamos
dar uma chance para o Governo. Nós não vamos entregar as chaves e as nossas
carteiras de trabalho na frente do Palácio, mas, no dia 12 de agosto, nós vamos
entregar as nossas carteiras de trabalho e também as chaves desses hospitais
que estão falindo, que o Governo está deixando falir. Está escrito na
Constituição que saúde é dever do Estado, então é na frente do Piratini que nós
vamos entregar as chaves dos hospitais e as carteiras de trabalho. Porque das
5.400 demissões - está aqui, Vereadores Nereu e Cecchim, depois eu quero que
vocês olhem - 3.000 são pedidos de demissão. Quando se conseguia pagar em dia,
o pessoal ainda continuava, agora, com o pagamento atrasado, Ver. Cleiton,
recebendo em três vezes, com vale-transporte em duas vezes! Nós trabalhamos com
uma média, a maioria, 85% mulheres na categoria, com duplo vínculo. Por quê?
Porque não se consegue com um emprego só! E o Cairolli votou, sim, contra o
nosso piso mínimo regional! Não esqueci, eu acompanhei, lá na FIERGS entraram
com uma ação contra o nosso piso mínimo regional, eu não posso esquecer. No
nosso piso, um técnico de enfermagem, para lidar com bomba de infusão, com
intracat, recebe R$ 1.300,00! Ele recebe menos que o auxílio-moradia e o
vale-alimentação de um Juiz neste Estado! Mas que Estado é esse? O mesmo Juiz
que recebe de vale-alimentação R$ 4 mil é o mesmo Juiz que manda desabrigar uma
família que está acampada, que invadiu um pedaço de terra para morar? Não pode!
Então a Câmara tem que se manifestar! É bom ver o Ver. Janta, que também
representa o sindicato e sabe do que estou falando. Não pode o Governo, com
toda a boa vontade que se tenha, abrir a mão de cuidar do seu povo. O gasto em
saúde não é gasto, qualquer um de vocês quando adoece, o ser humano é a maior
riqueza, o ser humano que produz a riqueza do País, então a saúde é
investimento! Quando um trabalhador do comércio adoece, Janta, para onde ele
vai? Para dentro de um posto de saúde, para um hospital, onde é recuperada sua
saúde, e lá ele adquire sua saúde e volta para o mercado de trabalho para
produzir riqueza para o País, para o Município, para o Estado e para a Nação. É
isso que o Sindisaúde espera, que a Frente Parlamentar espera, a Famurs, a
Assembleia Legislativa. Ontem, iniciamos, com três entidades. Dia 4, vamos
fazer um grande ato, porque queremos também, Ver. Cecchim, discutir o dinheiro
do Governo Federal! Nós queremos, porque vejo o discurso aqui na Câmara, citar
o Governo Estadual ou o Governo Federal. Nós queremos que taxem as grandes
fortunas, queremos taxar as grandes fortunas! Queremos a CPMF de volta, porque
os tubarões foram contra a CPMF da saúde para não terem fiscalizadas suas
grandes fortunas! E esse imposto nós queremos de volta. Mas o que nós queremos,
imediatamente, é que a Câmara de Vereadores, a Prefeitura de Porto Alegre cobre
do Governo, imediatamente, os repasses que ele deixou de fazer. E do Tarso
também, porque quando tu assumes, tu assumes o ônus e o bônus, porque senão o
Governo do Estado vai ter que devolver a safra! A safra que foi maior foi a do
Governo Tarso! Ah, mas é bom! Devolve a safra! A safra foi plantada no Governo
Tarso, e ela está dando rendimento. Mas faz
parte do jogo; é uma continuação, é um Estado, e nós queremos ser tratados como
trabalhadores.
Mais uma vez, quero agradecer,
me solidarizar com o Jorge Loss, Presidente do Sindicato dos Servidores da
Câmara de Vereadores, com todos os funcionários da Câmara de Vereadores. Um
abraço para vocês! Nós estamos aqui, chorando, mas estamos firmes, estamos na
luta! E nós não queremos fazer.
Nós entregamos, Ver.
Cecchim, com a presença de 50 cavalheiros, 800 mil assinaturas, e muitos
Vereadores que aqui estão, estavam conosco no Palácio. E nós obrigamos o Tarso
– ele não investiu os 12%, mas nós saímos de 3,5%, Ver.ª Lourdes, e uma coisa
que é legal é uma parte do saneamento e mais uma parte do IPE, chegamos aos
10%. Nós queremos os 12%, que é o mínimo, e nós queremos, imediatamente, os
incentivos que tiraram dos hospitais filantrópicos! Nós queremos trabalhar em
paz, deixem a gente trabalhar! Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Convido o Sr.
Gilmar França a fazer parte da Mesa.
O Ver. Rodrigo Maroni
está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Delegado Cleiton, querido batalhador do
serviço público; boa tarde ao nosso querido Gilmar. Eu tenho a satisfação de
falar publicamente que, há 15 anos, eu estava fazendo campanha para o Gilmar
ser Presidente do Sindisaúde. Na época, eu era do movimento estudantil e fui ao
HPS e ao Hospital de Clínicas contar voto e fazer campanha para ele. Quero
saudar o público que nos assiste em casa, os servidores da saúde que lotam as
galerias, o ex-Secretário Casartelli, e dizer ao Gilmar e aos trabalhadores que
vocês, incondicionalmente, fazem uma luta justa e que tem que ser apoiada. Como
o Gilmar bem comentou aqui durante toda a fala, a saúde é sempre onde estoura,
é sempre a ponta mais fraca. E vocês é que fazem funcionar a saúde. Necessariamente,
a população tem que ter saúde como prioridade. Isso, infelizmente, é motivo de
campanha após campanha eleitoral, tanto do Executivo, de Prefeito, de Governador, de Presidente, quanto de diversos
Parlamentares que fazem campanha em torno da saúde. E a gente sabe que o quadro
da saúde sempre, desde o tempo que eu acompanho, é lamentável. E anterior a
mim, seguramente é, Gilmar, tu que tens uma história toda, sabe disso. Então, é
muito justa e, fundamentalmente, a importância de valorizar os trabalhadores e
os servidores da saúde, que são os que fazem a saúde acontecer. Eu canso de
entrar um hospital, tanto na época de campanha, quando eu ajudava vocês e a
gente via por dentro, quanto muitas vezes para trabalhar agora para acompanhar
a questão dos idosos e das crianças com câncer, e ver nos hospitais o que vocês
fazem, o que justifica o trabalho de vocês é só o amor e a paixão. Porque se
fosse pela valorização, seguramente, muitos de vocês estariam fora. Dizer que a
grande maioria da população, como tu falaste, depende do SUS. Ou seja, não
investir no SUS, não investir no servidor é a garantia da tragédia anunciada.
Parabéns pela luta e por te manteres firme, assim como os trabalhadores. E
contem, plenamente, com o nosso apoio – eu, pessoalmente, quero deixar público
que vão ter sempre o meu apoio, como desde que eu era mais jovem já tinham.
Parabéns a vocês, que de fato são lutadores e anjos que justificam aí a
população estar, minimamente, garantida. Parabéns.
(Não revisado pelo
orador.)
SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Carlos
Casartelli está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS CASARTELLI: Sr.
Presidente, Gilmar França, é um prazer recebê-lo aqui na Câmara de Vereadores
hoje. Acho que todos que te conhecem sabem que, independente do local onde tu
estejas militando, tu sempre foste um defensor, muito mais do que pelos
trabalhadores dos sindicatos – és um militante sindical, um sindicalista – tu
és um defensor da saúde. Então, os empregos que tu consegues, melhores
condições de trabalho para aquelas pessoas que tu defendes como sindicalista,
estão ligados ao teu trabalho para que se tenha uma saúde melhor em Porto
Alegre e no nosso Estado. E o que tu colocas aqui é bem o que nós sempre
discutimos, conversamos em vários momentos, que é a questão do financiamento da
saúde, a situação que nós estamos enfrentando hoje, que falamos no inicio desta
Sessão, a crise que nos encontramos e que está resultando exatamente nisso que
tu bem colocaste: na desassistência da população do Estado do Rio Grande do
Sul, não é só em Porto Alegre, é uma desassistência em todo Estado. Em
consequência disso, são essas estruturas, são nossas unidades de saúde, são
nossos serviços de saúde, que não têm recursos financeiros, que acabam demitindo,
criando desemprego na área da saúde, atrasando salários. É uma bola de neve, e
nós temos, sim, que sair apenas da aceitação de que não se têm recursos e não
se tem o que fazer. Acho que se tem, sim, o que fazer e tem que saber onde é
mais importante a aplicação de recursos. Eu, não por ser médico, por ser
pediatra, não é pela minha caveira na área da saúde, mas não tenho nenhuma
dúvida que de a aplicação de recursos em duas áreas, saúde e educação, são
fundamentais. Mas da saúde precisamos antes mesmo de nascer, quando a nossa mãe
é gestante, precisamos dos cuidados na área da saúde, e sem ela, não se
consegue fazer mais nada. Parabéns pelo teu trabalho e pela tua luta. Temos que
continuar lutando e brigando para que não se aceite essa situação que está
colocada hoje, como algo que não tenha solução. Tem, sim, solução, que se corte
recursos de outras áreas, de outros setores, mas de duas coisas não se pode
cortar recursos: da área da saúde e do salário dos servidores públicos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Ver.
Delegado Cleiton; querido Gilmar, eu tenho uma técnica de enfermagem em casa
que te conhece. Eu nunca perguntei qual é o teu partido e não preciso
perguntar. Eu fico muito feliz quando te vejo delineando números, falando do
Hospital de Clínicas, da Santa Casa, do Conceição, dos outros hospitais que
estão quebrados, do Governo Federal, do Governo Estadual, do Governo Municipal.
Você tem toda razão. Nós podemos discordar até de ideologias, mas do que você
disse hoje aqui nós estamos plenamente de acordo. Esse é um trabalho para se
fazer em todos os partidos, em todas as ideologias, em todos os Governos. Eu
gostei muito do seu discurso. Gostei muito, porque é um discurso de quem
conhece e de quem está falando com a alma. Parabéns, continue com essa luta,
você não está sozinho, mas você pode ser um bom timoneiro para puxar mais
gente, para fazer discussões com comprometimento, com números. Nessa discussão
da saúde, eu acho que você tem toda a razão, não há ideologia, nós precisamos
cuidar de pessoas que precisam de saúde. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. GILMAR FRANÇA: Eu lhe agradeço, conto
com o senhor.
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Já falei bastante do
tema, mas, Gilmar, quero lhe agradecer pelos dados que tu trazes, porque eu
acredito que eles correspondem muito à verdade. Acho que houve um grande
esforço de tirar o Estado do descompromisso total, absurdo, que ele não tinha com
a saúde. O Governo Tarso fez um grande esforço. Quando tu dizes que houve 658%
de aumento ao repasse dos hospitais filantrópicos, é importante repetir isso,
porque imaginem as condições antes e imaginem onde nós podemos chegar, se
continuar o perfil desses partidos, do jeito que se comportarem, em períodos em
que havia mais recursos, quando não havia, supostamente, tanta crise. Então, a
luta dessa Frente Gaúcha é uma luta que não é corporativa, ela interessa a
todos nós, a todos os gaúchos. Nós sabemos a dramaticidade das perdas de vida
quando não funciona o sistema como um todo, desde a Atenção Básica até a alta
complexidade. É muito grave.
Quero fazer um registro, que tens razão no tema dos
hospitais que estão bem, em relação a terem convênios. Hospitais que optaram
por cem por cento SUS têm muita dificuldade, e nós precisamos refinanciar a
saúde neste País. Eu defendo cem por cento SUS, mas nós fazemos um registro de
que o Hospital de Clínicas é um hospital escola, cuja folha toda é paga pelo
MEC – e aí diferencia da condição dos outros hospitais. Então, é importante que
essas diferenciações sejam feitas, que a vigilância seja feita, que os órgãos
que são controladores da saúde, há o controle social – sejam respeitados. A
gente vê essa mudança em Porto Alegre, começa a ter essa mudança em Porto
Alegre. E que a cidadania ativada se some à luta das Prefeituras, dos
trabalhadores, porque essa é uma luta que todos temos que levar juntos.
E proponho aqui, Ver. Delegado Cleiton, que nós
façamos uma Moção de Apoio à recriação da CPMF, absolutamente controlada pelo
controle social e vinculada à saúde, vinculada à manutenção de programas
permanentes na saúde, à valorização dos trabalhadores em saúde.
Eu quero fechar dizendo isto, que nós sabemos o que
sofrem os trabalhadores em saúde, a sua luta pelas 30 horas, vivem numa pressão
total, porque, se há filas e é ruim para os usuários, eu imagino como seja para
os trabalhadores que estão ali nos consultórios, no atendimento, na urgência,
no atendimento em todas as áreas. O que sofrem de pressão, porque eles estão lá
na ponta, eles sabem a dificuldade pelo atendimento não realizado, não tendo
consultas, a demora, etc.
E, por fim, quero dizer que temos que defender,
esse movimento defende o que Brasil tem, que é preciosíssimo, que é um sistema
de atendimento universal, no qual todos são beneficiados, todos, todas as classes
sociais, Ver. Delegado, na semana passada, veio aqui a Vigilância Sanitária, e
a gente só se dá conta da Vigilância Sanitária em tempos de dengue, em tempos
de epidemias das mais diversas ordens, do surto da meningite. Nós sabemos que a
Vigilância Sanitária beneficia todas as classes sociais, e isso é SUS, é
dinheiro da saúde, e nós todos, portanto, temos que defendê-lo.
E quero aqui também defender o Mais Médicos. Eu sei
que o Governo Federal está preparando o Mais Médicos Especialidades como uma
transição. É importante, este ano, que o programa Mais Médicos teve suas vagas
quase que totalmente assumidas pelos brasileiros, porque, com o boicote que
houve no ano passado, foi necessário buscar estrangeiros, o que tem trazido
grandes lições na forma de atender, na forma de compromisso com a saúde. É
importante esse arejamento, é importante esse diálogo com a forma como outros
países tratam a saúde, em especial Cuba. Então nós queremos, sim, a mudança
dessa política econômica. Mas queremos, principalmente, que se leve a sério a
saúde, porque o fim da CPMF foi um crime contra a saúde e que os partidos que
assim fizeram têm que fazer mea culpa;
nós, todos juntos, temos que recriar a CPMF, que os mais ricos paguem a conta,
porque a concentração de renda neste País e neste mundo, onde 1% tem mais de
50% do patrimônio mundial é o principal criminoso com a saúde da população e
com os trabalhadores em saúde. Parabéns pela luta.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Ver. Delegado Cleiton, eu quero
cumprimentar o Gilmar. Eu tinha me preparado para falar desta questão da
gravidade da situação política do Estado. Eu acho que nós estamos numa situação
em que a votação da LDO na terça-feira, que congelou a possibilidade de
investimentos e a possibilidade de valorização dos trabalhadores estaduais já é
uma demonstração de que este Governo Estadual quer fazer ajustes às custas da
população. E os ajustes passam por
tudo, passam pelo investimento da saúde, da segurança, da educação. Eu digo
isso, porque nós não temos dúvida de que é necessário fazer uma grande jornada
de luta em agosto. Os servidores estaduais estão chamando uma assembleia geral
para organizar um calendário de luta, e nós temos a convicção de que esse vai
ser o caminho para que o povo gaúcho não perca direitos porque está muito grave
essa situação. Sequer para os Municípios o Governo do Estado estava passando os
recursos obrigatórios da gestão do sistema de saúde. Então é uma situação de extrema gravidade, e
eu acho que nós precisamos exigir que o Governo, por um lado, repasse esses
recursos. Obviamente, que defendemos a necessidade do financiamento, da garantia
de 100% SUS, como foi colocado, e a ideia de valorização da saúde pública.
Mas mais que isso! Que haja uma reivindicação para
que o Governo faça uma auditoria da dívida do Estado com a União. Uma dívida
contraída durante o Governo Britto, com Fernando Henrique Cardoso, com juros
flutuantes, que nunca foi auditada, e que, ao mesmo tempo, nunca se descontou
as coisas que o Estado gastou, e que poderiam ter sido abatidas dessa dívida.
Inclusive, o Pedro Simon sempre falava isso, para terem ideia da gravidade da
situação.
O nosso Deputado Pedro Ruas, também, há muitos
anos, faz esse debate da dívida do Estado com a União.
Então, não pagar a dívida para pagar a dívida com o
povo gaúcho é fundamental, garantir uma auditoria e mostrar a questão de que o
Estado já pagou uma dívida absurda.
Segundo, eu tenho que responder, Ver.ª Sofia,
porque a CPMF nunca foi para a saúde, infelizmente; era mais um imposto para a
população, para financiar uma lógica absurda de cargos, etc, e tudo o que vimos
País afora. Inclusive, foi um dos argumentos das denúncias do movimento da
saúde, é que não era um imposto sobre os ricos, era 0,038% das taxações de
todos os trabalhadores que, aliás, são os que mais se endividam, os que mais
usam o cheque, e, proporcionalmente, são os trabalhadores quem mais pagam
impostos neste País. Então, se, de fato, o Governo do PT quer fazer aquilo que
está lá na sua história, e que não está fazendo, está fazendo ajuste com os
trabalhadores, deveria começar taxando os ricos, as grandes fortunas e fazendo
uma auditoria na dívida pública.
Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente e Srs. Gilmar França, primeiro,
acho que temos uma questão a ser resolvida, em nível não só municipal, mas
estadual e nacional, que é a grande necessidade de punir os homens públicos
mentirosos.
Se nós resolvermos o problema da mentira, o sujeito
mentiu no Município, no Estado ou na União, perde o seu mandato, perde o seu
cargo, vai ser preso - alguma coisa tem que acontecer nesse sentido!
O dia em que nós pudermos enxergar dessa forma, e
vermos essa possibilidade, nós resolveremos o problema do País, sem sombra de
dúvidas. No mais, é só conversa. Como aqui é um Parlamento, todos nós
conversamos, inclusive eu. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. LOURDES
SPRENGER: Sr. Gilmar, a sua luta é muito importante, a sua visão do que está
acontecendo, porque não adianta empenhar valores e depois não cumprir; não
adianta fazer pagamentos sem contar com a contrapartida, porque depois quem vai
resultar em consequências; e quem vai pagar tudo isso é a população e os seus
servidores. Continuem nessa luta, nós sempre apoiaremos! Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Clàudio Janta está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLÀUDIO
JANTA: Boa tarde, Sr. Presidente; companheiro Gilmar e trabalhadores da saúde
que aqui se encontram. Realmente, o Gilmar nos traz uma dificuldade que todos
os trabalhadores do Rio Grande do Sul vêm sofrendo, de todos os setores –
comerciários, rodoviários, da construção civil, da saúde, vigilantes, etc.
Trabalhadores de todos os setores, usuários do Sistema Único de Saúde, os
maiores beneficiários do maior sistema de saúde do mundo, vêm sofrendo com
membros do Governo que vêm, a cada ano, achatando esse sistema, em que somente
o Estado do Rio Grande do Sul tem déficit de mais de R$ 60 milhões. Os Estados
têm que aplicar, constitucionalmente, recursos nesse sistema, que, como já
falei, é o maior sistema de saúde do mundo. Não é à toa que os americanos
querem copiar esse sistema; não é à toa que, em qualquer país do mundo, as
pessoas fiquem abismadas com o nosso sistema de saúde. Sempre tentam destruir,
beneficiando os sistemas privados de saúde, tirando recursos!
Quando a Ver.ª Sofia fala sobre a questão da CPMF,
eu acho que os Municípios que têm a saúde plena poderiam ter um imposto para a
saúde, mas gerenciado pelos Municípios; não para ser mais um imposto que vai lá
para a União e que é perdido em lava jatos e mensalões da vida, mas um imposto
que fique aqui, porque aí poderemos chegar no Prefeito e cobrar que os impostos
arrecadados aqui sejam destinados para a saúde plena do Município de Porto
Alegre.
Agora, não podemos ver o que estamos vendo: ameaças
de fechamentos, em toda a Região Metropolitana de Porto Alegre – Viamão,
Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Canoas, Guaíba, toda
a Região do Vale dos Sinos, um pedaço da Serra; e onde vão desembocar essas
pessoas? Em Porto Alegre! E aí vamos ver os profissionais da saúde sendo
xingados, agredidos nos hospitais. E temos políticas aprovadas na Conferência
Municipal de Saúde para ampliação do atendimento à saúde nas nossas unidades
básicas de saúde, nas UPAS, porque tem que desafogar os hospitais. Mas é
necessária uma contrapartida da União, que reduziu drasticamente os recursos,
com um dos tantos pacotes que o Governo vem fazendo de maldades com os
trabalhadores: a União reduziu R$ 11,8 bilhões da saúde. É a mesma União que
propõe, nos depósitos compulsórios, um ajuste de 10% a 15% beneficiando os
empreiteiros ou beneficiando o sistema financeiro com um aporte muito grande de
bilhões e bilhões de dólares. Por que não dar esse aporte para a saúde, para o
Sistema Único de Saúde, que vem sofrendo baixas significativas? Baixas como um
tratamento na saúde pública glacial, costal – o professor Casartelli pode me
explicar o que é isso. Anteciparam a explanação do Secretário, e eu não pude
estar presente na sabatina a ele. O Casartelli me cobrou por que nas sabatinas
dele eu estava e na do Secretário novo eu não estava, o que foi uma lástima!
Mas, antes, era R$ 5.671,35 que o SUS pagava; agora, paga R$ 1.579,76. Isso é
desleal com o usuário do Sistema Único de Saúde! É completamente desleal com um
paciente que vai para um procedimento no Sistema Único de Saúde e que paga o
Sistema Único de Saúde! Porque a nossa previdência social brasileira é a
empresa mais rentável do mundo! Porque tudo que a gente faz no Brasil tem a
previdência social brasileira! Em tudo que a gente consome no Brasil está a
previdência social brasileira! Mas ela é mal administrada! Ela tem que ser
tripartite, têm que estar lá os trabalhadores presentes, os empresários, o
Governo presente. Ela não pode ser o pagador oficial deste País! Ela não pode
aguentar essa máquina brasileira sendo paga pela previdência social.
Então, eu acho que a manifestação que o Gilmar fez
na tribuna é o desabafo de todos os trabalhadores. Eu acho que, quando ele
fala, na tribuna, das dificuldades que temos e que vamos ter daqui para frente,
quando o governo do Estado não faz esse repasse importantíssimo para os
hospitais filantrópicos, em que somente a Santa Casa vai fechar 118 leitos... A
Santa Casa de Porto Alegre vai fechar 118 leitos. Nós vamos ter todo o cinturão
da Região Metropolitana fechando os seus hospitais. Nós vamos ter todos os
hospitais filantrópicos – não por ameaça, mas por falta de repasse de recurso –
fechando. Nós vamos ter os hospitais, como já falei aqui, da serra, fechando;
da Região Sul, fechando. E isso tudo vai estourar em Porto Alegre. Então, não
adianta, novamente, onerarmos os trabalhadores. Nós temos que exigir uma
participação social dos grandes. Nós temos que exigir uma contribuição
financeira dos milionários que vêm sugando este País, sugando esta Pátria.
O Ver. Bernardino falou que é muito discurso, mas
nós fazemos discurso de conscientização dos trabalhadores, conscientização da
classe operária. E nós temos certeza de que o momento é de não pagarmos a
conta, porque, em 1993, 72% dos recursos da Saúde vinham da União. Hoje a gente
vê prefeitos e governadores, deputados federais, deputados estaduais e
vereadores mendigando recursos em Brasília, porque esses recursos caíram para
42,93%. É a União que retém 62% do que é arrecadado no Município. A cada R$
100,00 que arrecadamos aqui em Porto Alegre, R$ 62,00 vão para a União. Com
muita força, fé e solidariedade nós vamos melhorar a vida dos trabalhadores
brasileiros e fortalecer o Sistema Único de Saúde. Gilmar, muito obrigado pela
intervenção que tu fizeste aqui na defesa dos trabalhadores e de sua saúde.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Mauro Pinheiro reassume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Só para fazer uma correção. O presidente da
Federação dos Empregados dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do
Rio Grande do Sul é o Sr. Milton.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Sr. Gilmar França, demais Vereadores,
público que nos assiste, o Ver. Clàudio Janta trouxe o assunto de forma muito
lógica, quero cumprimentá-lo por isso. Ver. Clàudio Janta, não há dúvida de que
nós temos uma clara incompetência dos Governos que aí estão, mas não é de hoje,
é muito, de muito. Vejam, senhores, não há como, por exemplo, não aceitarmos a
ideia de que as empresas que fazem assistência médica – os planos de saúde
particular – só existem pela incapacidade do Poder Público, dos Governos. Eu
tenho negócios fora que pagam plano de saúde para os empregados há 23 anos, 24
anos. Eu não vou citar o nome da empresa, para não criar problema, mas não tem
uma diferente, são todas iguais hoje. Quando nós começamos, há vinte e tantos
anos, não se tinha problema nenhum. “Ah, tinha o cartão da empresa, quando
havia a necessidade de hospitalização, ela era imediata!” Hoje as pessoas ficam
no corredor, inclusive, a minha finada mãe chegou a ficar no corredor de um dos
melhores hospitais de Porto Alegre por uma semana! E o custo que eu tinha, que
o meu escritório tinha com ela, era mais de mil, era mil e trezentos, mil e
quatrocentos por mês. Mil e trezentos, mil e quatrocentos por mês! Com esse
valor, os Governos poderiam fazer um plano diferenciado para aqueles que têm
condições de pagar, melhorar o Sistema Único de Saúde. O que está acontecendo
hoje? Vou dizer mais – não sei se temos servidores aqui do Pronto Socorro: é
muito comum as pessoas terem plano de saúde, mas, ao serem acometidas de um
acidente doméstico, por exemplo,ou uma situação de emergência, não procuram o
hospital credenciado, vão direto para o Pronto Socorro. Quem é que paga esse
custo? Até hoje eu não tenho a informação de que o Governo cobre isso da
empresa detentora daquele plano de saúde!
Então, nós estamos com um problema prático,
objetivo, lógico, é de incompetência, é falta de autoridade das nossas
autoridades públicas nacionais, do País como um todo, porque tem um
apadrinhamento aí; quer queira ou não, nós sabemos que, hoje, alguém para se
eleger num cargo público federal, estadual, municipal, com raras exceções, são
financiados, uma grande maioria, por segmentos empresariais. Não dá para
negarmos isso. Não dá! Fico chateado. Muitas vezes, acabamos até atropelando os
próprios colegas nas discussões, dado o estresse em que vivemos. Quantas vezes
eu sou solicitado para ajudar alguém que precisa de uma hospitalização? Não tem
como! E ainda tenho que tomar cuidado, porque posso ser mal interpretado e
levar um processo por estar querendo usar o meu cargo público para beneficiar
alguém. Até nesse sentido temos que tomar cuidado hoje.
Fica aqui, Gilmar, todos os que estão nesta batalha
e todos os que estão nos assistindo, esta manifestação de indignação, para me
somar a isso tudo. Não é difícil resolver isso. Agora, é preciso de muita
autoridade e muita independência, eu não vejo por que estarmos sugando o plano
público, de uma forma ou de outra, beneficiando os planos particulares, que
cobram – e cobram com muito rigor – de quem os contrata, seja pessoa física ou
jurídica. Um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Agradecemos ao Gilmar França a presença,
representando o Presidente da Federação dos Empregados dos Estabelecimentos de
Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul. Quando precisarem, a Câmara estará
sempre à disposição para tratar de assuntos importantes como este – a saúde do
nosso Estado e do nosso Município. Tenho certeza de que teremos uma
representação da Câmara para fazer parte do manifesto da Frente Gaúcha em
Defesa da Saúde Pública. A Câmara não pode se omitir. A Ver.ª Fernanda está
assentindo, concordando comigo. Vamos conversar com os Vereadores para que a
Câmara Municipal e o Parlamento Metropolitano, que presidimos, se somem e lutem
cada vez mais por mais recursos para a saúde pública. Todos conhecemos as
dificuldades por falta de orçamento. Conte com esta Câmara. Boa luta! Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h18min.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 16h19min): Estão reabertos os trabalhos.
A Ver.ª Mônica Leal está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MÔNICA
LEAL: Boa tarde a todos, Presidente Mauro Pinheiro. O Ver. Bernardino tocou
em dois assuntos que me chamaram muito a atenção. O primeiro, mais recente, ele
falou sobre planos, hospitais, médicos, enfim, saúde. E, pela fala do Ver.
Bernardino, eu reforço o sentimento que venho defendendo há muito tempo, que o
problema do País não é o Mais Médicos. Eu sou sogra de médico, tia de médico,
cunhada de médico e sei muito bem que o problema no Brasil em relação à saúde é
investimento nessa área, estrutura. Nós não temos! Aliás, eu ouso a dizer que
nós já temos a pena de morte no Brasil, quando nós assistimos a pessoas
morrerem por falta de atendimento nas filas, esperando um espaço. Isso é uma
vergonha! É um absurdo! Nada adiante o Mais Médicos! Nós não temos hospitais,
não temos estrutura!
Outra questão é que, ontem, o Ver. Bernardino
também utilizou a tribuna para falar sobre as condições precárias de alguns
locais desta Casa. E, aí, eu me peguei fazendo uma retrospectiva sobre a fala
do Ver. Kopittke no dia de ontem, dia 15, quando ele registrou que “não temos
praticamente nenhuma obra pronta na cidade de Porto Alegre”. Aí o Ver.
Comassetto registra: “Temos, sim, duas”. Mais abaixo o Vereador diz: “... cada
obra, cada carro parado, cada engarrafamento produzido por essas obras sem
planejamento.” Eu compreendo a fala do Ver. Kopittke à medida que o PT esteve
16 anos no Governo e não fez quase nada de obra ou não fez nenhuma. Mas eu
quero me transportar para cá, para a nossa aldeia aqui. Nós passamos –
Vereadores e funcionários – a maior parte do tempo nesta Casa, na Câmara
Municipal de Porto Alegre, e ontem vi o Ver. Bernardino Vendruscolo utilizar a
tribuna e falar sobre o incidente do banheiro. Por uma proteção divina eu tinha
saído 5 minutos antes do banheiro quando aquela “marquise” caiu. Num primeiro
momento fiquei muito impactada com aquilo, a gente leva um susto porque logo
pensa o que poderia ter acontecido. Mas aí fiz outras retrospectivas que quero
compartilhar com os senhores. Não é de hoje que estou na Câmara Municipal. Nós
temos vários problemas e é isso que quero dizer ao Ver. Alberto Kopittke. O seu
partido administra esta Casa; V. Exa. pode ajudar na administração desta Casa
na medida em que nós temos muitos problemas aqui. Banheiros, esgoto, pombas,
ratos, cupins, elevadores. Tem um elevador que está sempre estragado.
Estacionamento: não sei há quanto tempo nós temos aquela obra ali, gente. Eu,
que sempre critico a obra na freeway
acontecer no verão, sempre recomendo que seja feita no inverno, por que não
fazer uma obra quando estamos no período de recesso? É um transtorno; a obra
não fica pronta nunca. Estacionamento: sempre foi minha preocupação o estacionamento
desta Casa. É uma escuridão, os funcionários têm que usar lanterna, caminhar no
barro, correndo o risco de assalto - funcionárias mulheres. Isso é muito
perigoso. Painel eletrônico: outra questão que quero falar sobre o black-out: não quero falar nesta
administração, quero falar sobre todas as administrações que na minha opinião
de nada adianta devolver dinheiro para os cofres e não colocar a Casa em ordem.
Eu questiono sobre isso. Eu se fosse presidente, não faria isso jamais. Esta
Casa tem que ter condições de trabalho, tem que oferecer condições de trabalho
para os seus funcionários. A Casa não tem habite-se,
minha gente! Como é que podemos subir à tribuna e exigir habite-se de empresas
que promovem emprego, nós mexemos com a vida das famílias! Em função disso eu
retirei um projeto que eu tinha, com vários pareceres favoráveis. Retirei de
tramitação o projeto de vistorias das edificações por uma questão de coerência.
Como é que eu posso fazer isto nesta Casa, eu, uma Vereadora, se nós aqui
estamos vivendo não é de hoje, uma sede do Parlamento, do Legislativo
Municipal, sucateada! Ora, isso é o fim do mundo, minha gente! Eu, como
jornalista, quero dizer que a imprensa está sendo muito boa conosco, porque é
um absurdo, é coisa de risco, ontem uma pessoa poderia ter morrido naquele
banheiro – graças a Deus não aconteceu nada comigo, mas poderia! E aquilo é um
pedaço de pau podre, velho; onde está a vistoria nesta Casa? Ora, meus senhores
e minhas senhoras, isso é o fim do mundo! Eu queria fazer esse registro, porque
é de extrema importância, é uma responsabilidade, é, no mínimo, um exemplo que
nós, Vereadores, temos que dar para os porto-alegrenses.
Eu, que vi tramitar, vi andar, participei da
questão do ponto nesta Casa, fiquei a me perguntar: só um pouquinho, quanto
custa? O que nós vamos fazer? É exigência? Muito bem, mas, antes disso, eu
penso que nós precisamos prestar excelentes serviços ao Legislativo, sendo
indispensável que esta Casa tenha condições de funcionar. Na minha opinião,
isso urge, isso é muito mais grave e poderia, sim, ter morrido uma pessoa, e,
além disso, de destruir uma família, nós seríamos, a Casa do Povo de Porto
Alegre, que tem obrigação de dar exemplo, manchete em todos os jornais,
acredito que do País, com o descaso nas vistorias das condições que deve
oferecer. Era isso que eu queria dizer aos senhores e às senhoras, porque eu
não podia deixar passar em branco, na medida em que ontem o Ver. Bernardino
apontou esse fato, e eu tinha recém batido a porta quando a “marquise” caiu. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente, Ver. Mauro, eu tenho impressão de que
nós estamos num momento muito crítico, em razão até desses relatos que a Ver.ª
Mônica traz, e que eu estou de acordo perfeitamente. Mas eu, de minha parte,
quero tomar muito cuidado, Ver. Mauro Pinheiro, porque, evidentemente, todos os
anos se renovam as Administrações desta Casa, então não podemos, Ver. Mauro,
ainda que estejam nas suas mãos as decisões, tentar minimamente sinalizar, porque
esses problemas não são problemas que surgiram ontem, no
início da sua Administração; são problemas que vêm ocorrendo. É claro que V.
Exa., que é o nosso Presidente, tem todo nosso apoio para agir. E vou ser
sincero: eu acho que nós precisaríamos conversar longamente para encontrarmos
os verdadeiros culpados, por omissão, nessas questões. Esta Casa vem, ao longo
dos anos, devolvendo dinheiro, para fazer, na verdade, uma grande publicidade,
e de forma até injusta. E essa história começou bem lá atrás, se não me falha a
memória, com o Vice-Prefeito que está lá agora. Isso foi anunciado por toda a
Cidade, e nós, agora, com a Casa do jeito que nós estamos. Nós temos até
vergonha de receber os visitantes, principalmente quando eles precisam se
dirigir às nossas instalações.
Então, nosso
Presidente, de minha parte, V. Exa. tem todo nosso apoio, a manifestação que
fiz ontem foi feita de forma generalizada e não para V. Exa., como cidadão que
está hoje nos representando, como Presidente, mas está nas suas mãos algumas
decisões que nós precisamos tomar aqui nesta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa tarde a
todas e a todos, eu quero fazer uma denúncia em relação a um tema de atuação da
Comissão de Direitos Humanos, Ver. Alex, mas, antes, eu gostaria de dizer que
foi muito grave o que ocorreu na tarde de ontem, com a queda da viga. Acho que
isso poderia ter vitimado a Ver.ª Mônica, que estava lá naquele momento, assim
como qualquer outra trabalhadora da Câmara Municipal. Caiu um viga pesadíssima
do teto, o Ver. Alex ouviu o barulho, o estrondo gigante, isso é muito grave, e
tem que ter uma vistoria urgente. Eu sei que a Casa não tem PPCI, desde 2009,
se eu não me engano, há essa discussão do PPCI, entre a Câmara, os
trabalhadores da CIPA, e os trabalhadores do Sindicato, que estão lutando para
que tenhamos o Plano de Prevenção e de Combate a Incêndio. Essa é uma situação
bastante grave, e nos assusta que isso possa acontecer com outros setores,
neste exato momento, já que a viga caiu do teto. É uma situação bastante grave,
bastante temerária e está relacionada às condições de trabalho dos
trabalhadores e trabalhadoras da Câmara Municipal. Acho que esse registro tem
que ser feito, porque foi, de fato, uma questão de segundos para que não caísse
na cabeça de alguém aquela viga, que se desprendeu e caiu do teto.
Eu quero trazer outra
denúncia, Vereadores e Vereadoras, sobre um tema muito grave que ocorreu, e gostaria
de pedir a atenção dos Vereadores. Uma jovem, à noite, cerca de um mês atrás,
pegou um táxi. Vocês sabem que à noite é muito perigoso, por isso, em geral, se
pega táxi para evitar risco de violência, de assalto, de violência sexual,
ainda mais nós, mulheres. Como a corrida era perto, ela pegou um táxi porque já
era noite, para proteger a sua vida. Era uma corrida perto, e, durante o
caminho, ela foi agredida pelo taxista verbalmente, coagida, ele disse que era
um absurdo a corrida pequena, que era inadmissível. O que já é um absurdo,
porque o serviço dos táxis é concessão do serviço público, que precisa ter
fiscalização, por um lado, e, ao mesmo tempo, respeito aos usuários. Digo isso
como uma usuária de táxi que tem excelentes experiências com a ampla maioria
dos taxistas com que teve a oportunidade de andar, ao longo desses anos, em
Porto Alegre. Se não bastasse, assim que ela parou na sua casa, essa jovem foi
perseguida pelo taxista, que tentou arrombar a porta da casa dela. Aos berros,
gritando, esmurrando o portão, numa atitude gravíssima de violência. Sabe lá o
que teria acontecido se esse taxista derrubasse a porta, se a menina não
tivesse conseguido entrar na sua casa para se proteger. Como Presidente da
Comissão de Direitos Humanos, nem noticiei o fato, a não ser em rádios, enfim,
e mandei um ofício diretamente para a EPTC, reivindicando a suspensão do
carteirão, porque o taxista foi identificado, uma sindicância, e, na
comprovação, o afastamento desse taxista das ruas de nossa Cidade. A jovem fez
boletim de ocorrência. A jovem tem testemunhas, que inclusive é uma
trabalhadora, uma jornalista de nossa Cidade que estava na sua casa e que a
ajudou, quando foi ligar para a Brigada, a fazer a pressão para que a Brigada
mandasse uma viatura. Qual não é minha surpresa quando recebo ontem a resposta
da EPTC, que diz que a defesa do taxista Cláudio Ricardo é insuficiente, que
não tem provas na defesa que apresentou, e que, ao contrário, a vítima, sim,
tinha provas e boletim de ocorrência ,está escrito na sindicância. Mas a medida
que a EPTC tomou foi, conforme o art. 115 do Decreto Municipal nº 14.499, de
2004, que considera infração grave a falta com educação aos usuários, aplicando
uma multa a esse taxista. Eu não posso silenciar diante dessa barbaridade! Eu
não posso silenciar sabendo que uma pessoa que agrediu uma jovem porque a
corrida foi curta, que coagiu, que agrediu verbalmente, que perseguiu uma
mulher tentando arrombar sua casa, esteja nas ruas de Porto Alegre. Pode ser o
táxi que qualquer um, qualquer uma pode pegar hoje à noite, porque a penalidade
da EPTC foi uma multa. Isso é inadmissível! E eu venho a esta tribuna
inconformada denunciar, e, ao mesmo tempo, exigir da EPTC que haja a cassação
dessa carteira. Não pode ser que as pessoas estejam sujeitas a serem conduzidas
por um taxista capaz de fazer uma coisa dessas com uma mulher.
E com muita
tranquilidade, como eu disse antes, conheço muitos taxistas sérios em Porto
Alegre, a maioria, mas um caso como esse, e essa política da EPTC vão fazer com
que as pessoas estejam em risco quando forem buscar um táxi. Eu estive,
inclusive, num programa em que a EPTC dizia que tinha que denunciar, porque
eles tomariam as medidas cabíveis. Qual medida cabível? Multa, arrecadação?
Arrecadação? Isso é inaceitável! Então, quero pedir que os Vereadores e
Vereadoras se somem a esse pleito e que a gente discuta seriamente essa postura
da EPTC de fiscalização da concessão do serviço público, que tem colocado em
risco as mulheres, os usuários dos táxis, ao mesmo tempo em que mostra não só
uma omissão grave, uma conivência que é inadmissível na concessão de qualquer
serviço público!
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Solicito ao
Ver. Delegado Cleiton que assuma a presidência dos trabalhos, pois vou falar em
Tempo de Presidente para responder às questões levantadas pela Ver.ª Mônica e
pelo Ver. Bernardino. Apesar de eu não ter preparado nada, vou falar de
improviso.
(O Ver. Delegado
Cleiton reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Mauro
Pinheiro está com a palavra em Tempo de Presidente.
O SR. MAURO PINHEIRO: Eu quero dizer aos Vereadores que, na reunião de Líderes, escutei, uma vez, os
Vereadores dizerem que tínhamos que ter preocupação com a imagem da Casa.
Agora, hoje, foi resolvido fazer o debate pela tribuna. Nós estamos prontos a
fazer o debate qualquer dia, dizendo que estamos, ao invés de cuidando da
manutenção da Casa, comprando equipamentos de ponto eletrônico. Realmente, eu
tenho preocupação com o ponto eletrônico. Estamos comprando o equipamento para
o ponto eletrônico, apesar de o Sindicato e de muitos funcionários - que eu
acredito não seja a maioria, são alguns que são contrários -, nós estamos
fazendo de tudo para implementá-lo. Primeiro, porque nós queremos premiar os
bons funcionários da Casa, então, nós teremos ter controle e transparência em
tudo que se faz na Casa. Segundo, dizer que ponto eletrônico é uma ferramenta.
Ponto aqui na Casa todo mundo bate, escrevendo num documento, tanto é que os
Chefes de Gabinete, os Vereadores acabam dando a efetividade. O responsável por
cada setor dá a efetividade. Então, nós queremos facilitar, isso é o ponto
eletrônico. Terceiro, porque a Casa tem gastado demais com algumas coisas que
nós queremos corrigir, por exemplo, que são apontamentos do Tribunal de Contas. A Casa tem gastado
mais de R$ 1,5 milhão em horas extras, nós queremos verificar quais são as
horas extras que realmente são necessárias. Nós gastamos, no ano de 2014, quase
R$ 350 mil em jetons - não sei se os Vereadores sabem disso – para reuniões
para decidir as coisas da Casa. Nós estamos discutindo isso. Então, há várias
coisas de gestão que nós estamos discutindo. Tenho elogiado muito aqui a equipe
de informática, que está desenvolvendo para que possamos implantar o processo
eletrônico, para que a gente tenha mais agilidade. Então, nós estamos dando
todo o apoio possível para a informática e já dissemos que todo equipamento que
for necessário nós vamos comprar, sim, porque nós queremos agilidade e
transparência. Quanto às obras da Casa, Ver.ª Mônica, e a senhora deve conhecer
bem mais a Casa do que eu, porque já está aqui na Casa há quanto tempo? Há mais
de 20 anos, já faz parte da Casa de uma forma ou de outra. Eu estou no meu segundo
mandato, estou Presidente há pouco mais de seis meses. Então, nós estamos, sim,
resolvendo problemas históricos desta Casa. Então, estamos vendo que a Casa não
tem mesmo PPCI. Por que ela não tem PPCI? Porque nós estamos agora tentando o
PPCI, estamos tomando uma série de medidas, por exemplo: estamos fazendo um
contrato de manutenção das subestações. Faltou luz porque nós nunca tivemos
manutenção da subestação. Nós tivemos a informação de que essa discussão
começou no ano passado, com o Ver. Professor Garcia, e já encaminhamos o
processo. Há um processo tramitando na Casa. Infelizmente, aqui não é como na
tua empresa, Cecchim, onde contrata a empresa que quer e executa. Nós temos
todo um processo para contratar uma empresa de manutenção para a subestação, e
estamos fazendo.
Nós não temos
para-raios na Câmara. Roubaram o para-raios um tempo atrás e não tem. Também
estamos em processo de licitação para a compra de um para-raios.
Luz de emergência: a
Câmara não tem. Esta semana, falou luz na terça-feira e ficamos às escuras. Nós
estamos providenciando também, o processo licitatório está em andamento, a
compra de luzes de emergência. Mas não sei se já teve alguma vez essa luz de
emergência. Vereadores que estão aqui há muito mais tempo do que eu, sabem que este
não é um problema desta gestão, mas estamos providenciando.
Motobomba: não temos.
Também estamos licitando uma motobomba, por causa do problema de água.
Extintores de
incêndio: também temos problemas com extintores de incêndio, está em processo
licitatório.
Balanceamento da rede
elétrica: tem um andar da casa que não tem balanceamento e pode entrar em curto
a qualquer momento.
Alarme anti-incêndio:
também não temos. Agora, que estamos fazendo um debate público, pode ser que
até fechem a Câmara. Mas se é o debate que querem fazer, vamos fazê-lo. Eu
estou providenciando, mas não tenho como resolver todos os problemas em seis
meses. Estamos encaminhando todos eles.
Iluminação externa:
já iniciamos também o processo. Está em andamento o processo licitatório, está
na Procuradoria para o parecer do Procurador.
Ar-condicionado
central: fase final do projeto. Também estamos executando um projeto.
Também quero dizer
mais: não tem engenheiro na Casa, da Casa. Nós temos engenheiros cedidos da
Prefeitura. Nós não temos um eletrotécnico na Casa. Tem um eletrotécnico cedido
da Prefeitura, se não nós não teríamos nem engenheiro e nem eletrotécnico. Já
iniciamos o processo criando as vagas para se fazer um processo depois, um
concurso público para termos engenheiro e eletrotécnico da Casa. Mas, até hoje,
na história da Câmara, por todo esse tempo que passou - e a senhora, por exemplo,
Ver.ª Mônica, seu pai já foi Vereador por uns três mandatos, a senhora já está
no segundo, terceiro e tem uma história aqui na Câmara - nunca tivemos. Nós
estamos preparando para fazer; agora, em seis meses, realmente eu não posso
resolver os problemas da Casa de décadas. Estamos encaminhando.
O sistema de esgoto, que iniciou com Ver. Professor
Garcia que, muitas vezes, não se conseguia caminhar nos corredores pelo cheiro
forte, do odor do esgoto na Casa. Está sendo resolvido. O Ver. Professor Garcia
iniciou, nós já fizemos um aditivo, porque o esgoto ficava todo embaixo da
Casa, por isso que tinha aquele cheiro dentro da Câmara de Vereadores. Estamos
solucionando.
Estamos também executando o projeto pluvial, porque
a água da chuva – se é para falar, vamos falar o que acontece na Câmara de
Vereadores de Porto Alegre - não tem para onde escorrer. Ela desce e fica
embaixo da Câmara de Vereadores. Também estamos executando um projeto para
resolver o problema da água da chuva que fica embaixo da Casa. Então, são
problemas históricos que nós estamos encaminhando, a grande maioria deles, além
de todos os outros que a gente tem tomado também pelos apontamentos do Tribunal
de Contas, que são vários, vários e vários apontamentos que nós estamos
tentando solucionar, apesar da resistência brava do sindicato aqui dentro, que
é contra muita coisa. Então, nós estamos dia a dia tentando avançar. Não é muito
fácil, realmente, eu gostaria que os Vereadores participassem e colaborassem
com as melhorias da Casa, que se juntassem para que possamos trabalhar em
conjunto. Estamos à disposição de todos os Vereadores para prestarmos
esclarecimentos, mostrar todos os apontamentos que temos e tentar resolver os
problemas em conjunto. Sei que são muitos.
A questão de ontem foi que desmoronou uma tora
cheia de cupim no banheiro feminino das Vereadoras aqui dentro. Nós ainda não
conseguimos fazer o levantamento total de onde surgiu, porque está chovendo e o
engenheiro corre risco ao subir lá, mas posso garantir para vocês que é alguma
coisa antiga, porque a obra, na verdade, ela aconteceu só na parte inferior.
Não tem nenhuma obra na parte superior. Isso é porque a Casa não tem manutenção
há muito tempo e caiu. Nós vamos fazer levantamento. Talvez, se os Vereadores
quiserem, nós podemos chamar o CREA ou algo assim para verificar se a Casa tem
condições de trabalhar. Agora, nós não conseguimos resolver todos os problemas da
Casa em seis meses, mas estamos trabalhando para isso e queremos contar com o
apoio de todos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. MÔNICA
LEAL: Presidente, eu ouvi atentamente a sua fala e fiquei um pouco preocupada
porque, pelo que eu entendi, o senhor não compreendeu o meu pronunciamento.
Peço que o senhor preste atenção na minha fala para eu explicar.
Quando eu subi àquela tribuna, eu me referi à
informação do Ver. Bernardino, sobre o banheiro, e comecei a relatar tudo o que
vejo nesta Casa e, em momento algum, registrei que isso vem da sua gestão; isso
vem de várias gestões. E eu tenho muita dificuldade de compreender como é que
se devolve dinheiro numa Casa, precisando fazer os devidos reparos. Também
tenho dificuldade de entender como nós podemos exigir lá fora se não estamos
exigindo aqui dentro. Essa é uma questão minha. Em nenhum momento foi dito por
esta Vereadora que o senhor é responsável pelo sucateamento da Casa. O senhor
pegou uma bomba, na minha opinião, e acho até que estamos em risco, que pode
ser que, a facilitar, não tenhamos funcionários vivos para bater o ponto,
tamanho o risco que estamos correndo. Era só isso. Muito obrigada.
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. RODRIGO
MARONI: Boa tarde, Sr. Presidente, Ver. Delegado Cleiton; Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras; trabalhadores da Câmara; público que nos assiste. Eu concordo com o
final da fala da minha querida colega Mônica Leal, que acho mesmo que é um
pepino. Eu conheci diversos presidentes da Câmara aqui que não se reelegeram.
Eu fui estagiário aqui, em 2008, na época de uma Presidente de Câmara, que era
a Margarete Moraes; tu eras Vereadora na época, colega dela, e ela não veio a
se reeleger, porque, de fato, tem um conjunto de pepinos, literalmente, para se
resolver, Janta, e que não é fácil de ser enfrentado. Assim como eu acho que a
Câmara, direção e Presidente – e aqui eu faço um pedido de sensibilidade ao
Mauro, porque tenho ele como pessoa próxima e amiga –, poderiam tentar resolver
a questão, dialogando com o Sindicato, compactuando com os trabalhadores da
Câmara, que é fundamental, porque são pessoas que trabalham e também dedicam a
sua vida, muitas vezes, há muito mais tempo do que nós aqui dentro da Câmara de
Vereadores.
E eu não falo isso, Cecchim, por mais que pareça
demagogia, para fazer demagogia. Mas, de fato, eu acho que a gente começa
sempre arrumando a Casa, tratando com os da Casa. Isso que está vindo à tona,
agora, essa discussão, é necessária, e fundamental, e por isso, os
trabalhadores da Câmara de Vereadores também devem ser escutados, e ter a
sensibilidade para construirmos soluções conjuntas, Fernanda, tu que és uma
defensora dos trabalhadores, que eu sei.
Também queria levantar outra questão, que entra na
minha causa, que durante esta semana fui recebido por toda a direção da SEDA –
Direito dos Animais -, o Secretário Maurício, a Secretária Bernadete, e a
assessora jurídica. E na discussão que tivemos lá, e fui muito bem recebido
pela Secretaria, que faz um ótimo trabalho na medida do possível, porque todos
nós somos responsáveis, é muito fácil empurrar a responsabilidade para a área
pública e não assumir nada.
É o que o Kevin falava, ontem, sobre o entupimento,
do trabalho da Prefeitura Municipal, se a população não se conscientizar que
não pode jogar lixo nas ruas.
E a mesma coisa é com os animais.
Eu fiz uma combinação de tentar fazer uma parceria
com a SEDA, que não é individual, ou de privilégio para mim, inclusive, convido
outros colegas a fazer o mesmo, porque não é um trabalho prioritário para o
Ver. Maroni, mas um trabalho que todos os Vereadores, e qualquer um da
população, podem fazer.
É a tentativa de construirmos alternativas para os
cães comunitários, aqueles cães que estão nas praças, nos finais de linhas de
ônibus, nos bairros, e são milhares em Porto Alegre, milhares, e que não têm
dono.
E a SEDA se comprometeu comigo, assim como se
comprometerá com qualquer um que for até lá, de castrar, vacinar, chipar, e dar
atendimento a esses animais, achando tutores para desses cães comunitários.
Eu achei uma ideia muito boa, a que construímos lá,
e me coloquei à disposição de agora visitar finais de linhas de ônibus, por
exemplo, lá final de linha no Leopoldina, eu vi dezenas de cães, Rejane, tu que
és mãe do Leco, que é apaixonado pela Olga, a cadela dele, dezenas de cães lá,
e eu irei nos bares, nos açougues para tentar achar tutores para aqueles cães
comunitários, que a SEDA fará o atendimento. Inclusive, vou tentar viabilizar a
doação de casinhas, que se consiga a doação de centenas de casinhas para
colocarmos nas praças, nos finais de linha, e nas ruas, muitas vezes sem saída,
onde os cães se aglomeram, para conseguir proteção e atendimento, e as pessoas,
na medida do possível, dão alimento e água. Eu, a SEDA, os agentes públicos que
podem e as pessoas em geral acompanhamos.
Quero também sensibilizar o Presidente com relação
aos cães da Câmara, como eu comentei. Ele disse que está tranquilo. Tem três
cães aqui, e, conforme me pediu um funcionário da Câmara – a quem eu não quero
expor –, eu acompanhei, porque teria um pedido da SEDA para retirá-los. Até
então, está confirmado que não serão retirados, o que eu acho um bom exemplo,
porque acho que os órgãos públicos deveriam manter os cães comunitários. E, se
a Câmara assumir esses cães, porque estão lá no canto, não atrapalham ninguém,
vai ser uma grande medida de exemplo para Porto Alegre, dentro dessa polêmica
toda que a Câmara Municipal está tendo com relação aos cães comunitários. Um
órgão público deve assumir isso. Faz bem para a saúde, faz bem para a reflexão,
faz bem para a concepção de mundo que a gente tem.
Não posso deixar de agradecer à SOS Rações por ter
sido parceira de diversos protetores aqui em Porto Alegre – a Shana, a Gina, o
Seu Ádio, entre outros. Amanhã, estou indo para Esteio levar ração, porque, com
a enchente, ficaram quase 300 animais em cima do telhado. A Gina está
organizando, e eu estou indo para lá amanhã. Mais do que uma questão de Vereador,
é uma questão humana.
Para finalizar, hoje, eu estive na Restinga e
conheci uma protetora chamada Carla, que abriga 30 cães. Ela fez exatamente o
projeto que a gente discute aqui. Ela fez, na Restinga, um canil, assim como no
Itu, onde a Arlete Ouriques – a quem, talvez, a senhora conheça – adotou cães e
fez, na praça Itu, um canil. Eu acho que teria que ter, em todas as praças,
como no Gasômetro e em todos os outros locais, um cachorródromo, para que as
pessoas pudessem ir com os seus cachorros. Ela, através de uma iniciativa
lindíssima, adotou um canil. Eu saí de lá profundamente emocionado. É uma
pessoa que faz muito mais política, muitas vezes, do que muitos agentes
públicos. Eu enxergo, como Vereador, que, mais do que fazer projetos e leis,
nós temos que acompanhar, colocar as mãos, ir aos locais conhecer a realidade
de pessoas que doam as suas vidas.
Para finalizar, neste último minuto, quero dizer a
minha solidariedade àquele menino de Bangladesh, que, para quem não soube, com
13 anos, foi acusado de roubar uma bicicleta e, no
dia de ontem, amarraram-no num poste e, com um ferro, o espancaram até a morte.
O pai dele disse que ele vendia vegetais com a bicicleta. Está na Internet, ele
foi espancado até a morte pelos moradores, naquela lógica do “dente por dente,
olho por olho”! Independente do roubo ou não, as cenas de ele apanhando até
morrer são fortíssimas. Espero que a população que assiste à Internet mande um e-mail para o governo de Bangladesh,
porque tem que haver uma pressão internacional por conta de ter ficado uma
família para trás. Muito obrigado. Bom fim de semana a todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Kevin
Krieger está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. KEVIN KRIEGER: Sr. Presidente, eu
fiz questão de me manifestar em relação ao que aconteceu ontem, quando caiu uma
madeira do teto do banheiro feminino, o que assustou a Ver.ª Mônica, que havia
saído pouco antes do banheiro, por pouco não ocorreu uma fatalidade.
Também escutei
atentamente o Ver. Mauro Pinheiro, que fez uma lista de dificuldades da Câmara
de Vereadores. Eu espero e acredito que tanto o Mauro, que já está procurando
resolver os problemas, como o Ver. Cassio Trogildo, que assumirá no ano que vem
a presidência desta Casa, possam dar continuidade, e que os próximos que vierem
deem continuidade de 2017 até 2020. Temos muitas dificuldades, mas eu tenho
visto muita coisa acontecendo nesta Casa. O problema não é só no banheiro do
Plenário, ele existe em todos os banheiros da Casa. Praticamente, todos estão
em reforma neste momento. Então está sendo feito. Porque quem já foi um gestor municipal
sabe das regras e das dificuldades que é fazer, por exemplo, um edital de
licitação; esse edital ser colocado na rua, ver quem venceu, se houve
contestações jurídicas ou não, como a obra está sendo executada, fiscalizar
todo o acompanhamento até a obra ficar pronta, Ver. Clàudio Janta. Não é uma
coisa simples, não é uma coisa fácil. Então, eu fiquei muito tranquilo quando
ouvi o Presidente Mauro Pinheiro, quando ele veio a esta tribuna, colocar o que
vem fazendo, mas preocupado com a lista de coisas que tem para fazer.
Realmente, a gente se preocupa, mas a gente tem tranquilidade hoje, porque é um
vereador que está olhando, que está preocupado e que está procurando fazer tudo
que teríamos que ter feito ao longo dos últimos anos.
Também, Ver.ª Mônica, concordo plenamente com a
senhora, quando vem aqui e diz: “Por que devolver recursos para a Prefeitura de
Porto Alegre, se nós precisamos de investimentos nesta Casa?” Não tem sentido
devolvermos o recurso para a Prefeitura de Porto Alegre se a nossa Casa
necessita de investimentos. Temos aqui diversos investimentos para fazer, Ver.
Bernardino. E temos que fazer! Tem que ter coragem e gastar, sim, os recursos
que são nossos, da Câmara Municipal. Nós temos um recurso destinado para a
Câmara de Vereadores. Não temos obrigação nenhuma de devolver recurso para a
Prefeitura de Porto Alegre. Se nós fizermos tudo que temos para fazer aqui e
conseguirmos economizar, aí devolveremos. Mas a gente tem que investir nesta
Casa, porque é esta Casa que decide o futuro do cidadão de Porto Alegre. É isto
que nós precisamos fazer: investir nesta Casa para garantir tranquilidade para
os Vereadores e, principalmente, para os nossos servidores.
E também queria dizer, rapidamente, para finalizar,
que o Presidente desta Casa não faz nada sozinho, não toma nenhuma decisão
presidencialista sozinho. Nós temos a Mesa Diretora desta Casa e também temos
as Lideranças de cada Partido que se reúnem todas as quintas-feiras, e aí são
debatidos e discutidos os encaminhamentos a serem tomados. Não tenho nenhuma
procuração aqui para estar defendendo o Presidente Mauro Pinheiro, mas acho que
essas colocações são fundamentais, porque ninguém decide sozinho! Nós elegemos,
Ver. Clàudio Janta; a Mesa Diretora desta Casa é um grupo de Vereadores em quem
nós acreditamos, respeitamos e esperamos, sim, que eles deem continuidade a
tudo o que tem de ser feito nesta Casa. Então, este é o nosso apoio à Mesa
Diretora.
Eu fiquei muito feliz quando a Ver.ª Mônica foi ao
microfone de aparte para esclarecer, porque, muitas vezes, nós estamos numa
posição de gestão e, às vezes, não consegue compreender. Talvez, o Ver. Mauro
Pinheiro, num primeiro momento, não tenha compreendido a fala da Ver.ª Mônica,
mas depois ela conseguiu esclarecer as suas preocupações. E que não são em
relação a esta, mas que precisamos profissionalizar a nossa gestão na Casa. Nós
não temos de ter medo de gastar os recursos bem gastos, é só isso. É só gastar
bem, porque esta Casa tem a responsabilidade de atuar pelos servidores, mas
principalmente para os cidadãos de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Ver. Kevin. Antes de chamar o próximo
Vereador, eu gostaria de pedir um minuto de silêncio. Acaba de falecer, em
confronto com um criminoso, o policial civil Valdeci Guerra Junqueira. Eu posso
falar desse trabalhador da segurança porque foi um policial que trabalhou comigo,
chefiando o cartório da Polícia Civil em Viamão e Alvorada. Então, eu gostaria
de pedir um minuto de silêncio.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Presidente, minhas condolências por esse servidor, seu colega. Vejo,
pela sua emoção, o quanto é difícil perder um colega no estrito cumprimento do
dever. Peço que façamos também um minuto de silêncio em homenagem ao
ex-Prefeito de Gravataí, Prefeito Acimar Silva, que foi morto por outro
bandido. Dois homens de bem assassinados por dois bandidos.
(Faz-se um minuto de
silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, acho importante
esta fala que estamos fazendo hoje, na quinta-feira, quando, a partir de
amanhã, daremos início a um recesso parlamentar. Mas Vereador nunca está de
férias, apenas de recesso parlamentar, vamos continuar trabalhando nesses 15
dias, Ver.ª Mônica. Eu fico feliz – o Ver. Kevin já disse também, Presidente
Mauro Pinheiro – porque se esclareceu aqui que V. Exa. está fazendo, tentando
recuperar as coisas que precisam ser feitas. E eu quero dar a minha
solidariedade para tudo o que for necessário fazer para o bem da Casa. Quero
dizer também que, aqui, eu vejo nas redes sociais umas maldades sobre o custo
da instalação do ponto. Quero dizer que confio em V. Exa., tenho certeza da sua
honorabilidade e do seu espírito público. Conheço V. Exa., sei que é um homem
de bem. Então, aleivosias em defesa de qualquer coisa não valem. Não valem!
Denúncia é uma coisa feia, não importa para o que seja, para trancar o que quer
que queiram trancar. Então, eu não admito, estou com V. Exa. sem nenhuma
restrição quanto à sua seriedade e honradez.
Para mudar um pouquinho o assunto, eu queria falar
sobre um tema – e não é para provocar a Ver.ª Sofia, não é para provocar a
Ver.ª Fernanda, não é para provocar a Ver.ª Jussara Cony. Na semana passada, as
três vieram aqui cantar vivas à população da Grécia. A população da Grécia ficou
muito triste com a turma que vocês apoiaram, com os vivas que vocês deram a
esses líderes da pseudoesquerda da Grécia, que fizeram um plebiscito, pelo qual
a população disse “não”, e, no outro dia, eles fizeram igual ao que a
Presidente Dilma fez aqui: mudou tudo. Então, eu não sei se eu dou a minha
solidariedade a vocês três por terem sido enganadas ou ao povo grego que foi
enganado junto com vocês. Mas eu acredito que as três Vereadoras, por serem
muito esclarecidas, não precisam da minha solidariedade. Eu apenas quero
lembrar que não dá para sair gritando viva a ninguém, muito menos a esses
aventureiros que tomaram o poder na Grécia, mentiram, ganharam a eleição, como
alguns aqui na América Latina fizeram, e, no outro dia do plebiscito, fizeram
tudo ao contrário do que prometeram. Então, só para terminar, nessa
quinta-feira chuvosa - todos estamos nos voltando para dentro de nós mesmos
para discutir coisas internas -, quero dizer ao Presidente que ele continue
fazendo o que está fazendo nos próximos seis meses. Mauro, tu estás fazendo
para a Casa, e isso é importante. Tu estás fazendo para a Casa, estás fazendo
para os colegas, e tens a solidariedade quase unânime aqui – não vou dizer
unânime porque não posso falar pelos outros – para resolver os assuntos. O Ver.
Bernardino, a Ver.ª Mônica, todos os Vereadores que falaram aqui querem a mesma
coisa; chega de demagogia, de devolver dinheiro, chega de transferir a execução
do que tem que ser executado! Tem que comprometer os próximos Presidentes, as
próximas Mesas Diretoras numa linha, numa direção, e que não se faça mais
escolhas por “interesses”, como dizia o Brizola, mas se faça com aqueles
Vereadores que estejam comprometidos em organizar a Casa. Se for preciso, que
se mude o regulamento se um ano for pouco. Para mim basta se os quatro próximos
presidentes se comprometam em seguirem um planejamento, seguirem uma direção!
Chega de um fazer uma coisa, o outro fazer outra! Ultimamente, todo mundo tem
conversado; precisa mais! Precisa o comprometimento, precisa um planejamento,
precisa um sistema de gestão para que não se fique refém, nem de funcionários,
nem de CCs! Tem que ficar refém de um planejamento! Refém de alguma coisa bem
planejada, bem comprometida, porque a Mesa Diretora não pode ser partidária –
casualmente cai para cada partido –, a Mesa Diretora é de todos os Vereadores!
Tenho certeza de que, com todos os problemas que temos aqui, vai ajudar para
que os próximos presidentes, junto com o Mauro Pinheiro, possam resolver os
assuntos com altivez. E ninguém precisa baixar a cabeça, e nós não vamos baixar
a cabeça para ninguém quando é para fazer a coisa bem feita e necessária para
fazer. Muito obrigado. Bom recesso para os meus colegas.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, ouvintes da
TVCâmara. Quero aqui, em nome do Partido dos Trabalhadores, dizer que nós
também temos plena confiança no Ver. Mauro Pinheiro e nos esforços que ele vem
fazendo. Sabemos que um ano após o outro, infelizmente nós não temos ainda a
continuidade que nós gostaríamos dos processos da Casa. Eu fui presidente da
Casa em 2011. Todos esses problemas, de uma ordem ou de outra, existiam. O
problema do som - quero aqui dar testemunho: nós passamos o ano tentando
construir um projeto de nova sonorização aqui nesta Casa no ano de 2011, com
muita insistência. A Casa tem um gargalo muito forte que é o setor de obras, pois
são pouquíssimos funcionários, cedidos. Tem outro gargalo que é o setor de
licitações, realização de projetos. O problema não é de dinheiro para a
manutenção da Casa; o problema é de capacidade de iniciativa, não é nem de
iniciativa, é de realização dos projetos, realização de obras. Nós tínhamos em
2011 uma comissão de obras - creio que continua -, tiramos os quatro
presidentes que era para continuar e fazer a reforma, setor por setor. Acho que
a Ver.ª Maria Celeste tinha feito no setor da Taquigrafia – Ver. Sebastião Melo
–, e no setor das Comissões. Nós encaminhamos a outra ala, do lado de lá, tanto
que agora o Adel Carvalho tem aquela sala. Vejam os senhores, em 2011, nós
terminamos o projeto, contratamos o projeto, levamos um ano para fazer do Adel
Carvalho, aqui em cima, da sala hoje que tem um salãozinho bom de trabalho para
a Escola do Legislativo; toda aquela ala da Diretoria Legislativa, tudo foi
contratado em 2011 com recursos de 2011; 2012, 2013, 2014 - estamos inaugurando
em 2015, e eu não acho que isso um é relapso de um presidente ou de outro, é um
problema sério de execução, que leva quatro anos – dinheiro todo de 2011. A
Casa tem essa grande dificuldade: ela não tem estrutura para tocar as suas
reformas. Acho que o Ver. Mauro Pinheiro, nesse sentido, tem ativado todos os
setores, tem feito projetos e tem identificado. O Ver. Professor Garcia
contratou os banheiros no ano passado, mas houve, sim, descontinuidade nos
outros dois anos, de fazer novos projetos, porque em um ano não dá para fazer
muita coisa com relação a reformas. Nós levamos mais de seis meses fazendo
projetos e contratando. Todo o ano, Ver. Kevin, projetos têm que ser feitos,
porque este prédio tem que ser completado e reformado em todas as dimensões
aqui faladas pelo Ver. Mauro.
O que faço é uma crítica pessoal, e de vários
Vereadores, sobre a decisão de construir um anexo. Esta Casa quer enxugar horas
extras, mas, para mim, uma Casa Legislativa tem que funcionar à noite e aos
finais de semana, tem que atender à população, tem que ter efervescência, tem
que ter audiências públicas, plenário, o nosso teatro tem que atender à
população, isso são horas extras, porque não temos funcionários para três
turnos, esse é um investimento em cidadania. O que for hora extra irregular, é
outra coisa, mas abrir a Casa para todas as nossas audiências públicas, para
plenário, para atender à população, para ter cultura, eu sou defensora; são
recursos investidos em cidadania, em democracia, e é o que o Parlamento tem que
fazer.
Nesse sentido, eu acho, fraternalmente aos
Vereadores da Mesa do ano passado, que encaminharam o projeto do anexo e o Ver.
Mauro Pinheiro está dando sequência – porque foi usado recurso, no ano passado,
num concurso público para definir o projeto –, decidindo construir um anexo
novo sabendo dos inúmeros problemas desta Casa, isso eu acho que foi
equivocado, é a minha opinião pessoal. Essa decisão foi feita coletivamente, eu
respeito, enfim, mas quero dizer que, considerando que temos que ir consertando
tudo que tem que ser consertado nesta Casa, e que isso é lento, inclusive, e o
gestor tem que ser muito empenho.
Então, quero dizer que, sobre o tema dos
funcionários, nós temos pedido à Mesa, Ver. Delegado Cleiton, Ver. Mauro, muito
diálogo, muito, muito diálogo. Eu sou funcionária pública, e nós queremos que
eles se sintam protagonistas, que eles estejam construindo a sua condição de
realizar as políticas públicas. Somos defensores do diálogo, pois entendemos
que sempre tem uma saída quando se senta para negociar. E é nesse sentido que a
nossa Bancada insiste com essa Mesa: que construa acordos e encaminhamentos, os
melhores possíveis, para superar as dificuldades, tanto as que estão apontadas
pelo funcionalismo, como as questões que atual gestão considera que não estão
bem. Diálogo, diálogo, diálogo. Nós temos excelentes funcionários, eu confio
nos funcionários desta Casa, eu só pude agradecer no ano em que fui Presidente,
e acho que eles, sim, sabem encontrar juntos com os gestores as melhores saídas
para esta Casa bem atender a população.
(Não revisado pela oradora.)
(A Ver.ª Sofia Cavedon assume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Delegado Cleiton está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. DELEGADO
CLEITON: Sra. Presidente, Srs. Vereadores, funcionários desta Casa, senhoras e
senhores que nos assistem pela TVCâmara, eu subi aqui nesta tribuna – já fiz um
pedido de um minuto de silêncio - porque não poderia me furtar de falar das
consequências quando morre um policial. Morreu um pai de família, o pai de um
adolescente – que deve ter hoje 15 ou 16 anos –, que já estava em vias de se
aposentar, que trabalhou na Brigada Militar e que, depois, veio a trabalhar na
Polícia Civil. O confronto aconteceu logo após o criminoso ser preso, e que
culminou numa fuga dentro da própria delegacia. Por conhecer o policial, eu sei
que, naquele momento, ele esqueceu que era pai, que era marido e só lembrou
que, naquela situação, estava na situação de proteger o cidadão. Quando a gente
fala em policiais civis, que são de carne e osso, e não o Batman, como alguns
preferem dizer: “Chamem o Batman”. Não, é um cidadão comum que fez o concurso
para servir e proteger, esse é o lema da Polícia Civil. Eu prometi a mim mesmo,
até em respeito aos meus colegas aqui, em respeito a um colega que gosto muito,
de alguma forma, participar deste Governo do Estado; o PDT tem o Secretário de
Educação, para nós, pedetistas, o cargo mais importante que possa ter numa
administração. Eu luto dentro do meu Partido para que os Prefeitos, ao
assumirem, não façam barganhas com o cargo de Secretário de Educação. O
Secretário de Educação tem que ser do Partido, pois se nós temos essa bandeira
da educação, o cargo não pode ser dado a outro Partido. Nós temos que trabalhar
assim, e essa foi a minha luta, dentro do Partido, quando se pensou em
coligação.
Eu não quero aqui fazer críticas, senhores, mas nós
tivemos uma votação, agora, da LDO, na Assembleia, e infelizmente os meus
colegas, Deputados, não quiseram ser protagonistas de uma luta que priorize a
segurança pública, que priorize a demanda número um do cidadão do Rio Grande do
Sul. Se formos hoje a cada canto deste Estado, desta Cidade, a prioridade, o
pedido maior é segurança pública. E estamos vendo, senhores, que, em nome de um
planejamento e de uma teoria de governo, irá passar a Lei Complementar nº 206/15, que vai cortar os investimentos de vez na
segurança pública; infelizmente!
A gente sabe das
dificuldades que têm todos os governos, mas algumas prioridades nós não podemos
deixar para trás. Nós vimos aqui, agora, falando em saúde, e não se prioriza
saúde! Nós vimos uma LDO que foi votada, e não se prioriza segurança pública!
Inclusive não se prioriza educação!
Então, senhores, nós,
políticos, recebemos críticas a todo o momento, em todos os cantos desta
Cidade; e muitas vezes tenho que dar razão para quem vê o sistema de fora, para
quem vota pensando que naquele momento vai mudar, pensando que naquele momento
vai ser protegido da bandidagem, que a saúde do seu filho será protegida no
momento em que tiver investimento em saúde, que a vaga do seu filho em educação
será priorizada! E quando isso não existe, senhores, nós temos que ser vaiados!
E para que isso não aconteça, nós temos que ter políticas de Estado, que entre
e saia governo e que seja planejado de forma a seguir uma ideia, um
procedimento adequado, e não política de Governo! Entra um e sai outro, e cada
um imagina e tenta transformar planos mirabolantes conforme o seu sentimento, e
não conforme o planejamento.
Encerrando, eu tenho
a dizer ao Presidente, Ver. Mauro, que essas demandas vêm de muito tempo.
Possivelmente, os antigos presidentes tenham dado prioridade e tenham tentado
solucionar algumas demandas que também eram fortes,
como serão as demandas deste mandato. Amanhã, senhores, teremos uma reunião com
o Sindicato desta Casa para que possamos, novamente, democraticamente, discutir
o que nós queremos no nosso segundo lar, o nosso local de trabalho, o espaço de
labor. Peço, então, sensibilidade a todos os lados, porque aqui nós temos e
teremos que ter um sentimento só, que é a de fazer com que esta Casa ande de
forma regular e que todos nós possamos nos orgulhar de estar aqui presentes,
porque esse é o nosso segundo lar, é o lar em que nós ficamos até mais tempo que
nas nossas casas.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver.
Delegado Cleiton reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Passamos às
A Ver.ª
Lourdes Sprenger está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Pablo Mendes Ribeiro.
A SRA. LOURDES SPRENGER: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, eu vou fazer as observações
mais positivas em relação a esta Casa, porque os outros itens já foram citados,
e que a gente apoia o nosso Presidente e sabe que ele está dando continuidade
aos ajustes nesta Casa. Nós tivemos avanço no período em que estou aqui, é meu
primeiro mandato, como a reformulação da rádio, uma copa nova, a sala anexa, os
banheiros estão sendo reformados, alguns concluídos. Ontem ocorreu um
imprevisto, não dá para brincar, foi um imprevisto sério. Nós também tivemos –
eu que lido com redes sociais e tinha muita dificuldade de trabalhar devido aos
computadores muito antigos, em torno de oito anos – implantadas redes novas, falta
mais uma para cada gabinete; as portarias foram concluídas, faltando agora a
parte eletrônica; e também para a Escola, que eu presidi no ano passado,
recebemos uma sala com bom espaço, mobiliário e que, mesmo em um ano, deu para
se alavancar. E também observo que esse um ano para cada Presidente, se não
tiver continuidade, fica muito difícil concluir os seus projetos. O certo seria
cada Presidente ficar dois anos, mas há uma negociação na Casa de que cada
partido fique um ano atuando na gestão. Mas acho que o tempo é curto para
fazer.
Estamos entrando no
recesso, 18 Vereadores ficam de plantão, como se diz, e este ano estou incluída
na Comissão Representativa. É um período em que se pode realizar aquilo que não
se conseguiu durante os seis meses, como a parte administrativa, algumas
pendências, analisar e projetar para o segundo semestre.
Eu quero esclarecer,
talvez as pessoas não recebam todas as informações, que o caso dos cães que
estavam no pátio aqui da Câmara – como o que há muitos anos também gerou um
grande protesto, com a retirada dos gatos, que foi tudo bem solucionado na
época, com o apoio dos funcionários da Casa –, conforme informações do
Diretor-Geral desta Casa, foi acordado, eles estão vacinados e estão seguindo
com a SMAM para outro endereço. Então, a SMAM assumiu os cães aqui da Casa,
tendo em vista que tinha um mais bravio que, quando pessoas desconhecidas se
aproximavam, a tendência era ele atacar. Mas está tudo resolvido, não temos que
nos preocupar com os cães da Câmara, eles estão sendo encaminhados para a nova
área da SMAM, onde já tem os seus cuidadores.
Quero também
registrar uma onda que está na Cidade, de casinhas comunitárias para cães, que
eu avalio com muito cuidado. Isso aí está acontecendo numa cidade do Interior,
que é Bagé, uma cidade pequena. Imaginem vocês, se em tudo que é praça que
chegarem, houver meia dúzia de casinhas com cães, que nem sempre vão estar bem
cuidados, vulneráveis a maus-tratos, entre outras coisas. O que o Projeto Bicho
de Rua fez com bastante sucesso, foi um projeto de captação de casinhas para
encaminhamento para uma entidade, onde mantém abrigo fechado. Aí eu concordo.
Agora, encher a Cidade de casinhas não vai contemplar o bem-estar dos animais,
num sentido geral, como também agradar à população, porque a gente não sabe o
cão que pode estar ali, que pode estranhar, pode atacar. Então, o ideal, ainda
continuo defendendo, são a esterilização, a identificação e as feiras
de adoção pela Cidade.
O principal assunto hoje que eu trago aqui é um
projeto de lei que está tramitando que vai mexer numa lei que tramitou por mais
de três anos aqui - desde 2005, foi aprovada em 2008 - e ainda teve resoluções
que postergaram a sua aplicação, que é a lei de retirada das carroças, onde
estão incluídos os VTHs que são os carrinheiros.
Cabe lembrar que essa lei também, para ser
implementada com inclusão social, recebeu R$ 9 milhões do BNDES ou vai receber,
à medida que os projetos vão sendo concluídos, e a Prefeitura se comprometeu
com mais R$ 9 milhões. Então, eu não vejo como passar uma lei, mexendo numa lei
que está sendo implementada, já quase em fase final, em que nós vamos retirar
uma categoria que já foi beneficiada, ou com cursos ou com alguma indenização.
Acho que nós temos muito a tratar na Cidade, temos
bastante problemas com inclusão social, mas é uma lei que está andando, mesmo
porque nós temos acompanhado e pressionado bastante o Poder Público, inclusive,
com um inquérito que está no Ministério Público, na Promotoria de Ordem
Urbanística, porque nós lutamos muito para retirada das carroças. Também nos
sentimos muito sensibilizadas com aquelas pessoas no sol quente, suando,
puxando um carrinho; não acho que isto seja vida digna, as pessoas estarem no
sol, na chuva, buscando reciclados, se para isso nós temos uma empresa
contratada, para fazer esse serviço no Município. E também é preciso evitar os
atravessadores que recebem esse material ao invés de irem para os galpões de
reciclagem que a Prefeitura mantém com algum recurso.
Por isso esse projeto não tem o meu apoio, de mexer
numa lei que foi muito discutida, que teve muita luta e que deve, sim, tratar
do reencaminhamento dessas pessoas para atividades mais dignas, porque
carrinheiro e carroceiro – isso não são profissões. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente dos trabalhos, Ver. Delegado Cleiton;
quero aproveitar que o Presidente também está no recinto, o Ver. Mauro
Pinheiro; o debate tem sido muito proveitoso hoje, Ver. Mauro Pinheiro, eu só
espero que V. Exa. não pense que, nem da minha parte, nem da parte da Ver.ª
Mônica, pelo que se viu, é uma crítica ao seu trabalho como Presidente; muito
pelo contrário, é uma demonstração de que nós o estamos apoiando, e a V. Exa.,
neste momento em que preside a Casa, eu vou voltar a dizer: da minha parte, V.
Exa. tem todo o apoio.
Ocorre que fatos que já vêm acontecendo há tantos
anos aqui nesta Casa, nós temos, sim, obrigação de publicizar. O que aconteceu
ontem, quando caiu um caibro no banheiro feminino, que poderia ter trazido
consequências incalculáveis, não pode ser mantido como segredo desta Casa. Esta
Casa é pública, e aqui trabalham muitos servidores; esta Casa é visitada por
muitas pessoas da nossa Cidade, e aqui é um lugar público, e nós temos
obrigação de dar a devida publicidade.
Evidentemente, Presidente, não precisamos, toda vez
que ocorrem alguns problemas eventuais, fazermos aquilo que, no jargão, é
chamado de lavar roupa suja. Mas essas coisas que estão ocorrendo aqui não se
tratam disso, já são coisas que vêm acontecendo. Eu já estou há muitos anos
nesta Casa, vêm se perpetuando, e eu vou lhe dizer, Vereador Mauro, bem claro e
bem objetivo: nós precisamos, a partir de agora, os assuntos que já estão aqui
nesta Casa em debate há muito tempo fazer, sim, a devida publicidade, porque só
assim nós vamos ver resultado. E vou lhe dizer mais ainda: V. Exa. está
buscando a implantação do ponto eletrônico. Eu quero lhe dizer de claro e de
público, até porque eu fiz uma manifestação, e muitos servidores se
pronunciaram, que eu sou favorável ao ponto, sim. Quero deixar bem claro aqui,
porque eu não faço demagogia, até porque eu sou testemunha de que muitos
servidores desta Casa trabalham, e trabalham demais. Agora eu vou lhe fazer uma
observação: antes de implantar o ponto, V. Exa. faça uma compra de cadeiras e
mesas, porque vai faltar espaço no dia em que o senhor implantar o ponto aqui.
Vai faltar espaço! Vai faltar cadeira e mesa para algumas pessoas! Por isto é
importante, sim, implantar o ponto aqui, para fazer justiça. Agora, ao longo do
tempo, esta Casa implementou um comportamento com alguns servidores que
trabalham até tarde aqui, vêm no final de semana ou ficam até tarde da noite
nas sessões. Esses servidores precisam receber um tratamento diferenciado,
porque, ao longo dos anos, foi imposto a esses servidores um tratamento
diferenciado. Eu não sei como! Mas que se faz necessário nós darmos uma outra
satisfação para esta Casa, se faz sim!
E eu estava observando ali algumas questões, e foi
mencionado por outros colegas, a questão das obras, que vem acontecendo.
Ver. Mauro, V. Exa., como Presidente, vou ser
sincero, o meu mandato é mais antigo, e eu tenho a certeza absoluta de que as
depreciações que ocorrem nos equipamentos, nas instalações desta Casa são bem
mais velozes que os reparos e as reposições. Por isso que nós temos algumas
situações que chegam a nos trazer vergonha, principalmente, quando recebemos
visitantes aqui.
E não há por que não nos indignarmos, porque é
responsabilidade de cada um, não o direito, mas ter a obrigação de se indignar
com as questões que dizem respeito ao espaço e ao patrimônio público.
Não tem por que, senhoras e senhores, nós ficarmos
escondendo isso.
E eu quero mais - alguém falou a respeito de
habite-se, ou PPCI -, até há algum tempo, nós estávamos, aqui, debatendo que o
prédio da SMOV não tinha habite-se. Mas se o prédio da SMOV ficou anos e anos,
deve ter ficado de 25 a 30 anos, sem habite-se, justo o órgão que abriga as
autoridades que fazem o licenciamento e as vistorias para conceder o habite-se!
Então, vamos esperar o quê das nossas situações postas nesta Cidade, quando se
trata de licenciamento?
Porque eu só vejo empreendedores felizes aqui,
nesta Cidade, os que são amigos do rei! E eu disse ontem, desta tribuna. Façam
o levantamento. A grande maioria que precisa fazer uma benfeitoria, uma obra,
nesta Cidade, passa por um verdadeiro martírio.
Agora, há uns que andam felizes aí! Não sei por
que, nem como! Mas eles são felizes, e trabalham com a construção civil, e são
felizes. Já fiz essa observação outras vezes, não tenho a mínima preocupação em
ficar repetindo. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Vereador.
O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em Tempo Especial.
O SR. MAURO PINHEIRO: Eu e o Ver. Kevin
Krieger, Líder do Governo, participamos, junto com a Prefeitura Municipal de
Porto Alegre, com o Secretário da Fazenda, com o Secretário da SMURB – o Ver.
Valter –, com o Secretário Tonetto, de mais uma missão, junto com a PUCRS, com
o Professor Jorge Audy, que é o responsável pela Tecnopuc, junto, também, com o
Sindicato da construção civil, com arquitetos e médicos, representando os
hospitais, para conhecer o 22@Barcelona.
O projeto transformou
200 hectares, Ver.ª Sofia, do terreno industrial do bairro Poblenou em um
distrito tecnológico, oferecendo espaços modernos para concentração estratégica
de atividades intensivas em conhecimento. É uma área similar ao 4º Distrito do
nosso Município. Era uma área industrial que ficou no mesmo processo: saíram as
indústrias, ficaram os grandes espaços de vazios demográficos, e eles
transformaram, então, no 22@Barcelona. Essa iniciativa é um projeto de
renovação urbana e um novo modelo de cidade para dar uma resposta aos desafios
da sociedade em crescimento, inovação e tecnologia. É o mais importante projeto
de transformação urbana na cidade de Barcelona nos últimos anos e um dos mais
ambiciosos, com um potencial imobiliário de alto investimento público e plano
de infraestrutura de 180 milhões. O convite para nós conhecermos veio porque
achamos que podemos fazer algo parecido no 4º Distrito da cidade de Porto
Alegre.
(Procede-se à apresentação em PowerPoint.)
O SR. MAURO
PINHEIRO: Podemos observar na apresentação como foi feito. Acabamos conhecendo a
cidade como um todo. Barcelona é uma cidade que junta a antiguidade e a
modernidade de forma preservar a antiguidade, mas o moderno também está muito
próximo da parte antiga, que é bastante antiga, mas buscando infraestrutura
avançada, novos equipamentos e atividades, patrimônio industrial, zonas verdes,
moradia pública, novo modelo de mobilidade e revitalização do
espaço público.
Aqui é um exemplo do
Plano Especial de Infraestrutura desenvolvido nessa região do @22, onde a
Prefeitura coloca o novo modelo de mobilidade, o wi-fi, novas redes de energia, telecomunicações, seleção neomática
de resíduos, climatização centralizada e galerias subterrâneas. Isso foi um
investimento da Prefeitura de Barcelona nessa área para atrair os investimentos
para a região do @22. Inclusive, a cidade de Porto Alegre aparece no painel.
Estão ali as fotos mostrando o investimento da Prefeitura para revitalizar essa
área.
Os clusters,
aglomerados, junto com as universidades, centros tecnológicos, incubadoras,
empresas, instituições, acabam fazendo parte, seria o terceiro setor da
universidade, onde a própria universidade faz o investimento junto com as
incubadoras, dessa forma também buscando facilidades da Prefeitura. As
empresas, quando buscam, tem toda uma assessoria e uma agilidade nos processos
para se instalarem no @22.
Aqui são áreas de lazer
que foram feitas nas próprias ruas. Primeiro, abriu-se uma avenida, que é a
Avenida Diagonal, que corta toda a parte do @22, e também foram colocados
espaços de lazer em ruas colocando bancos, mesas de ping-pong, locais para
andar de bicicleta, quadra de basquete, plantação de árvores e ainda se abriu
uma avenida para mais mobilidade.
Este é um dos
instrumentos utilizados no @22 que é a torre Agbar, que tem 142 metros de
altura, feita de concreto, vidro, aço e alumínio. É o Departamento de Águas de
Barcelona. São instrumentos utilizados por Barcelona para revitalizar a área.
Então, a Prefeitura fez investimentos nessa área, colocando este edifício, que
fica trocando de cor durante a noite com um equipamento público junto da área,
para que ela fosse revitalizada e tivesse mais vida, antes degradada.
Melhorias feitas na
Orla de Barcelona: foi feita toda uma infraestrutura aproveitando as
Olimpíadas, nós tivemos a Copa do Mundo. Com alguns equipamentos na beira da
orla, equipamentos públicos e equipamentos privados, utilizando
na forma de Parceria Público-Privada. Usaram as startups em Barcelona, com toda a infraestrutura, toda ajuda, para
que as pequenas e médias empresas se instalassem, e pessoas, dentro de
equipamentos públicos, junto com grandes empresas, para um desenvolvimento, em
especial, dessas empresas. Em Barcelona são 19 parques científicos, sempre
ligados com as universidades e indústrias, para desenvolvimento dessa questão
do @22, da própria Barcelona.
Também aproveitamos a viagem e visitamos o PEMB,
que é o Planejamento Estratégico Metropolitano de Barcelona, em que, junto com
as empresas, são 300 entidades que participam junto com a Prefeitura de
Barcelona – os Vereadores, Câmara de Vereadores e toda a região metropolitana
–, fazendo um planejamento estratégico. Hoje há um planejamento até 2025, que é
refeito a cada quatro anos, junto com as entidades e com o setor público,
planejando de forma estratégica o futuro de toda região metropolitana. Também
tivemos uma apresentação, eles nos passaram vários materiais de como é feito em
Barcelona e na região metropolitana.
A visita ao distrito de inovação, 22@Barcelona, na
Espanha é referência para o projeto de desenvolvimento que se pretende em Porto
Alegre, que é o 4º Distrito de Porto Alegre, que compreende parte dos bairros
Floresta, Navegantes, Humaitá, Farrapos e São Geraldo. O modelo atraiu 4,5 mil
empresas em Barcelona, como Microssoft, Sanofi-Aventis, Groupalia, Capegemini,
Indra, Schneider Eletric e diversas startups.
Também se iniciou uma área semelhante ao 4º Distrito da Capital Gaúcha, que
perdeu a vocação industrial, mas possui grande potencial urbanístico e de
empreendedorismo e inovação.
Então, nós achamos que foi bastante proveitosa a
estada em Barcelona, conseguimos, junto com a universidade e com o Salvador,
que é um médico da PUC, o responsável, o intuito de que possamos construir,
junto com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, a revitalização do nosso 4º
Distrito, que é muito semelhante ao @22Barcelona. Acertamos a vinda do Secretário
de Desenvolvimento e Assuntos Especiais que desenvolveu esse sistema do
@22Barcelona. Está pré-agendado para o dia 14 de outubro, às 19h, vir até a
Câmara Municipal apresentar todo o processo do @22Barcelona aqui na cidade de
Porto Alegre, quando faremos uma audiência com o Secretário do Desenvolvimento
para que possamos fazer perguntas, conversar com ele e explanar como foi feito
em Barcelona no @22, para que nós consigamos buscar a revitalização do nosso 4º
Distrito. Assim como a Prefeitura está fazendo todo um diálogo com a Prefeitura
de Barcelona, para que possamos buscar esse desenvolvimento para a nossa
Região. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Delegado Cleiton): Obrigado, Presidente Mauro Pinheiro, pelas
valiosas informações, inclusive para trazer a Porto Alegre esse belíssimo
trabalho desenvolvido em Barcelona.
Visivelmente não há
quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 17h49min.)
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